A Galp Energia "aumentou" o bolo global de remunerações a distribuir pelos seus administradores. O valor global da remuneração paga aos membros do órgão de administração foi de mais de 5,3 milhões de euros, entre o vencimento fixo, o plano poupança reforma e remunerações variáveis, em 2014. No ano anterior, o dinheiro despendido tinha sido inferior a 5,1 milhões. Foi um aumento de 5% num ano em que os lucros da companhia avançaram 20%.

O maior valor pago, representando praticamente um terço da remuneração total do conselho de administração da petrolífera, foi do presidente executivo que, no ano passado, viu a sua remuneração aumentar também em torno de 5%, conforme se lê no relatório de governo da sociedade publicado esta sexta-feira, 20 de Março, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A remuneração fixa de Manuel Ferreira de Oliveira (na foto) manteve-se em 1,069 milhões de euros, a que acresceram 267,4 mil euros do plano poupança reforma e ainda remuneração variável. A fixa e o PPR foram idênticos em 2013. Assim, a justificar a subida da remuneração a que teve direito no ano passado esteve a remuneração variável que, ao contrário de 2013, foi dividida em duas parcelas: uma paga ao longo do ano e outra que só será paga dentro de um ano.

Em 2013, Ferreira de Oliveira recebeu, de remuneração variável (dependente de objectivos), 305,6 mil euros. Em 2014, a componente variável ascendeu a 382 mil euros: só que 191 mil já foram recebidos durante os 12 meses do ano passado enquanto outros 191 mil euros só serão pagos no final de 2015. Assim, o CEO recebeu, em 2013, 1,6 milhões de euros, tendo direito a 1,7 milhões pelo exercício de 2014 - embora, sem a componente que foi diferida (mas que já foi dedicada), só tenha efectivamente recebido 1,5 milhões.

A existência de uma componente variável diferida faz com que, apesar do aumento do bolo global, o valor recebido pelos administradores não tenha efectivamente aumentado, embora já tenham assegurado esse montante. Só os administradores com pelouro executivo têm direito a esta componente variável e ao plano poupança reforma.

Américo abdica, Vítor Bento recebe até Agosto

Américo Amorim, que é um dos principais accionistas da Galp através da Amorim Energia (parceria com Isabel dos Santos), não recebe qualquer remuneração, por ter abdicado da mesma.

Já Vítor Bento, que era um dos administradores não executivos da Galp até sair para o Banco Espírito Santo, auferiu 38.494 euros pelo trabalho em oito meses do ano. Nos 12 meses de 2013, havia recebido 49 mil euros.