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Sonae Indústria afunda 30% no primeiro dia de negociação das novas acções

No dia em que foram admitidas à negociação as acções do aumento de capital, a Sonae Indústria afundou em bolsa. Os títulos fecharam abaixo de 1 cêntimo e já acumulam uma queda de 90% este ano.

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Dezembro de 2014 às 17:43
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A Sonae Indústria voltou a negociar em forte queda na bolsa portuguesa, pressionada pela admissão à negociação das novas acções da empresa que resultaram do aumento de capital recentemente concretizado.

 

Os títulos fecharam a cair 30,43% para 0,8 cêntimos, negociando já abaixo do valor a que as novas acções foram subscritas (1 cêntimos cada uma) no aumento de capital. Começaram a ser hoje negociadas mais de 11,2 mil milhões de acções, tendo ao longo da sessão sido transaccionados 323 milhões de títulos.

 

A negociação dos direitos de subscrição, no mês passado, já indiciava que quando as novas acções fossem admitidas à negociação, a cotação iria convergir para o preço do aumento de capital, ou seja, 1 cêntimo.

 

Foi por isso que as acções ontem fecharam a cair 52,33% para 1,15 cêntimos, com muitos investidores já anteciparem este movimento. Desde o início do ano a Sonae Indústria acumula uma queda em bolsa de 89,8%, sendo que grande parte da desvalorização aconteceu a partir do anúncio do aumento capital de 150 milhões de euros.

 

A Sonae Indústria pretendia emitir 15 mil milhões de novas acções a 1 cêntimo cada uma, mas os investidores apenas subscreveram 11,2 mil milhões, pelo que a empresa encaixou 112 milhões de euros. Grande parte deste valor (75 milhões de euros) foi injectado na empresa pela Efanor de Belmiro de Azevedo, que é o maior accionista da Sonae Indústria.

 

"O facto de a Sonae Indústria não ter conseguido vender todas as acções na operação do aumento de capital poderá provavelmente ser interpretado como sinal de algum desinteresse por parte dos investidores, o que poderá criar pressão vendedora quando as novas acções forem admitidas à cotação", diz Albino Oliveira, analista da Fincor.


"A entrada das novas acções em circulação poderá arrastar o preço até um cêntimo", diz Steven Santos, gestor da XTB Portugal. "Numa primeira fase é provável que o título negoceie no valor de um cêntimo, ou ligeiramente acima, até porque o valor contabilístico é superior", refere Pedro Lino, em declarações avançadas ontem ao Negócios. Mas "caso a Sonae Indústria não melhore os seus resultados operacionais, poderemos, à semelhança do Banif, assistir a cotações inferiores ao do aumento de capital", remata o administrador da Dif Broker.


Um cêntimo perigoso

 

A Sonae Indústria vai juntar-se a outras cotadas da bolsa nacional cujo valor das acções é de apenas cêntimos. "O baixo valor nominal de cada acção poderá talvez chamar a atenção de alguns investidores particulares", diz Albino Oliveira. "As acções com  valor baixo costumam atrair os pequenos investidores, mas revestem-se de perigos, já que a volatilidade pode ser muito elevada, proporcionando elevados ganhos e perdas", alerta Pedro Lino.

 

"Embora a acção da Sonae Indústria também seja uma ‘penny stock’, não acredito que tenha o poder de atracção que o Banif exerce sobre os investidores particulares. Apesar do baixo valor nominal, a acção da Sonae Indústria não é tão negociada nem procurada como o Banif", diz Steven Santos. No final, remata Albino Oliveira, "serão as expectativas quanto à evolução futura do negócio que continuarão a ser decisivas e, consequentemente, a influenciar a evolução dos títulos em bolsa".

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