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Sonae Indústria só consegue vender 74% das novas acções. Faltam 39 milhões de euros

Faltam colocar praticamente 3,9 mil milhões das 15 mil milhões de acções que a Sonae Indústria quis emitir no aumento de capital. Os bancos vão tentar vendê-las junto de institucionais. Para já, a Sonae Indústria arrecadou 111 milhões de euros.

26 de Novembro de 2014 às 14:48
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A Sonae Indústria fez um aumento de capital em que se disponibilizou a emitir 15 mil milhões de novas acções. Foram subscritas mais de 11,1 mil milhões, ou 74%. Ficam por vender 3,9 mil milhões. São os bancos que vão tentar aliená-las. Mas podem não conseguir. Os resultados globais só serão conhecidos na sexta-feira, 28. Para já, é certo que a companhia arrecadou 111 milhões de euros. Faltam 39 milhões para chegar ao objectivo de angariar 150 milhões de euros.

 

Até agora, já se viveram duas fases do aumento de capital da Sonae Indústria. Houve uma oferta dirigida aos já accionistas da produtora de derivados de madeira e a quem comprou os respectivos direitos de subscrição das novas acções. Neste campo, foram subscritas 11.025.455.663 novas acções: 73,50% do total. Os já accionistas receberam direitos de subscrição e tinham depois de pagar 1 cêntimo por cada nova acção. Sabe-se que mais de 7,7 mil milhões destes novos títulos foram adquiridos pela Efanor, de Belmiro de Azevedo, uma injecção de 77 milhões de euros.

 

Havia uma segunda fase: a oferta dirigida ao público em geral. "No âmbito dos pedidos de subscrição efectuados pelo público em geral, foram subscritas 90.951.754 acções", ou 0,61% do total, diz o comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMMV).

 

Assim, ao todo, há subscritores para 11.116.407.417 novos títulos representativos do capital da empresa sob o comando de Rui Correia. 74,11% das 15 mil milhões que podiam ser subscritas. Ou, por outras palavras, 111,1 milhões de euros a entrar nos cofres da empresa.

 

Tentar vender acções em falta

 

"Considerando que no âmbito da oferta não foram subscritas 3.883.592.583 acções objecto da mesma, estas irão ser oferecidas à subscrição junto de investidores institucionais (qualificados nos termos legais), em regime de melhores esforços, nos termos do contrato de colocação institucional celebrado entre a Sonae Indústria, SGPS, S.A. e os coordenadores globais da oferta, o Banco Português de Investimento, S.A., o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A., o Caixa – Banco de Investimento, S.A. e o Banco Comercial Português, S.A", indica o comunicado.

 

Ou seja, o BCP, o BESI, o CaixaBI e o BCP vão tentar colocar as acções em falta. Mas não há uma colocação garantida, ou seja, a colocação poderá ficar sem sucesso.

 

Os resultados finais da operação, já depois deste trabalho junto de investidores qualificados, deverão ser divulgados na próxima sexta-feira, 28 de Novembro.

 

Efanor tem 69% da Sonae Indústria

 

Neste momento, e sem contar a fase que está em falta, a Efanor, controlada por Belmiro de Azevedo, tem uma posição de 69% do capital da Sonae Indústria. Isto porque tem uma participação representada por mais de 7,7 mil milhões de novas acções face às 11.256.407.417 que representam o capital da empresa (11.116.407.417 acções subscritas no aumento de capital mais as 140 milhões que já o compunham antes do aumento de capital).

 

Se a operação de colocação dos títulos em falta for bem-sucedida, e ficarem 15,14 mil milhões de acções a representar o aumento de capital da Sonae Indústria (15 mil milhões de novas acções mais as 140 milhões já existentes), a Efanor manterá a posição relativa com que partiu para a operação: 51,4%.

 

Estes são dados que só ficarão confirmados previsivelmente a 28 de Novembro, quando forem conhecidos os resultados da colocação empreendida pela banca. Posteriormente, accionistas que possam ter adquirido mais de 2% do capital da companhia terão de dizê-lo publicamente através de comunicado à CMVM.

 

Para já, foi já requerida à Euronext, que gere a Bolsa de Lisboa, que as novas acções venham a negociar a 4 de Dezembro.

 

Esta operação de aumento de capital, nomeadamente a injecção de 77 milhões de euros por parte da Efanor, permitiu à Sonae Indústria aliviar a sua situação financeira: anulou uma dívida de 150 milhões de euros e contraiu uma nova, no mesmo montante, junto da Caixa Geral de Depósitos, com condições mais vantajosas. O objectivo, conseguindo arrecadar os 150 milhões de euros, é refinanciar entre 300 e 325 milhões de euros de dívida.

 

 

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