Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Injecção de Belmiro permite novo empréstimo de 150 milhões da CGD à Sonae Indústria

Para obter condições mais vantajosas, a Sonae Indústria anulou uma dívida de 150 milhões de euros e contraiu uma nova, no mesmo montante, junto da CGD. O que só foi possível depois do encaixe dos 77 milhões injectados pelo seu maior accionista, a Efanor, de Belmiro de Azevedo.

Miguel Baltazar/Negócios
21 de Novembro de 2014 às 17:43
  • 30
  • ...

A Sonae Indústria saldou dívidas de 150 milhões de euros. De seguida, pediu mais 150 milhões de euros emprestados. O objectivo é reduzir os custos de financiamento, ou seja, o novo acordo tem condições mais vantajosas.

 

Esta sexta-feira, 21 de Novembro, a produtora de painéis derivados de madeira emitiu um empréstimo obrigacionista de 150 milhões de euros pelo prazo de seis anos, "organizado pela Caixa Geral de Depósitos", indica um comunicado emitido pela companhia, que reportou prejuízos de 47 milhões nos primeiros nove meses do ano, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

 

Esta contratação ocorreu depois de a Sonae Indústria ter procedido "à aquisição e amortização da totalidade das obrigações por si emitidas e relativas à emissão de 3.000 (três mil) obrigações, no montante global de € 120.000.000 (cento e vinte milhões de euros) representativas da totalidade da emissão denominada Sonae Indústria / 2010-2017 ainda em dívida".

 

Ou seja, o produto agora subscrito tem uma maturidade de seis anos quando a dívida já contraída, e agora anulada, tinha de ser paga dentro de três anos.


Além de ter amortizado essas obrigações, a Sonae Indústria também recomprou papel comercial, em 30 milhões de euros, que tinha emitido. Ao todo, entre papel comercial e obrigações recompradas, a companhia presidida por Rui Correia deixou de ter uma dívida de 150 milhões.  

 

Contudo, contraiu outro empréstimo no mesmo valor. "Estas operações enquadram-se no âmbito do acordo de refinanciamento celebrado e oportunamente comunicado".

 

Esse acordo de financiamento, a que chegou com os seus dois principais bancos credores, permitirá à Sonae Indústria "refinanciar entre 300 e 325 milhões de euros em condições significativamente mais favoráveis, não só em termos de perfil de maturidade (prorrogando a respectiva maturidade final para prazos entre 6 e 8 anos, incluindo um período de carência mínimo de reembolsos de capital de 3 anos), mas também em termos de custo de dívida", já havia sido dito em comunicados anteriores.

 

Metade desse montante a refinanciar com melhores condições fica já resolvido após as operações concretizadas e anunciadas esta sexta-feira.

 

A desbloquear este entendimento entre empresa e bancos esteve Belmiro de Azevedo. Era nas mãos da sua empresa Efanor, que tem 51% da Sonae Indústria, que estava uma "condição essencial" para esse acordo – a injecção de 77 milhões de euros no âmbito de aumento de capital da companhia (no valor total de até 150 milhões) que está em curso, feita a 13 de Novembro. A Efanor assegura, assim, a manutenção de uma posição de controlo na Sonae Indústria, podendo, caso não haja mais nenhum investidor a subscrever as novas acções a emitir no aumento de capital, ficar com mais de 90% do capital.

 

Ver comentários
Saber mais Sonae Indústria Efanor Belmiro de Azevedo Caixa Geral de Depósitos
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio