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Morgan Stanley entra no capital da Oi

O banco de investimento abriu uma posição na operadora brasileira no dia em que a Oi revelou não ter chegado a acordo com o grupo de credores. Acções recuperam mais de 40% desde o pedido de recuperação judicial.

Reuters
29 de Junho de 2016 às 09:12
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A Oi comunicou que o Morgan Stanley tem várias posições que lucram tanto com a subida como com a descida das acções. Os patamares que motivam o anúncio ao mercado a serem atingidos a 17 de Junho, dia em que a operadora brasileira revelou que não chegou a acordo com o grupo de credores para reestruturar a dívida e uma sessão antes de a empresa ter avançado para o pedido de recuperação judicial.

O banco de investimento "atingiu posição de 50.503.269 de acções ordinárias de emissão da Oi, equivalente a 7,6% do número total de acções ordinárias da companhia", revela a empresa detida em 27,2% pela Pharol em comunicado. A Oi acrescenta que "o Morgan Stanley não objectiva alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da companhia".

Apesar desta exposição à Oi, o Morgan Stanley tem também uma posição que lucra com as descidas. "Atingiu, ainda, posição vendida de 24.493.777 acções ordinárias, equivalente a 3,7% do número total de acções ordinárias da Companhia", revela a Oi. Os patamares que motivaram a comunicação ao mercado foram atingidos a 17 de Junho, dia em que a operadora comunicou ao mercado que não houve acordo para reestruturar a dívida.

Além daquelas posições, comprou ainda instrumentos financeiros derivados equivalentes a 0,5% das acções ordinárias da empresa. Mas tem também posições vendidas equivalentes a 4% naquele tipo de instrumentos.

Acções recuperam mais de 40%

A falta de entendimento levou a empresa a assumir que não conseguia fazer face ao pagamento das suas dívidas, avançando para um pedido de recuperação judicial a 20 de Junho. Mas as acções, que tinham vindo nos últimos meses a afundar devido ao peso insustentável da dívida, têm dado sinais de recuperação. Desde a entrada da Morgan Stanley, as acções ordinárias da Oi avançam 46% para 1,96 reais. Só esta terça-feira escalaram 19,51%. Apesar desta recuperação, nos últimos 12 meses acumulam ainda uma queda de 67%.

Apesar da incapacidade da empresa em fazer face à sua dívida, as acções, que estão ainda num nível historicamente baixo, têm ganho algum oxigénio. Isto depois de a imprensa brasileira ter noticiado que o executivo estuda mudar a regulação de modo a valorizar os activos da Oi, transformando as concessões em autorizações, o que faria com que as infraestruturas de telecomunicações passassem a contar como activos da operadora em vez de terem de ser devolvidas ao Estado no final dos contratos.

Além disso, já houve quem se mostrasse como candidato a investir na operadora. O milionário egípcio Naguib Sawiris disse esta terça-feira à Bloomberg que estava disponível para investir na operadora brasileira caso tenha a garantia por parte da Oi que as conversações são exclusivas, à semelhança do que aconteceu com o fundo russo LetterOne que estava disposto a injectar capital na Oi caso a mesma avançasse para uma fusão com a TIM.

Apesar desta recuperação, houve quem, contrariamente ao Morgan Stanley, tivesse optado por travar a exposição à empresa. Foi o caso da BlackRock que vendeu acções preferenciais da empresa e do Ontario Teacher’s Pension Plan Board, um dos grandes accionistas que tem vindo a cortar a exposição à empresa. 

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