As acções da Oi estão em forte recuperação no mercado brasileiro. Apesar da operadora ter sido obrigada a pedir, na passada segunda-feira, um pedido de recuperação judicial, os título ordinários da empresa recuperam 67% nas últimas três sessões, com o preço das acções a aumentar de 1,15 para 1,92 reais. Esta sexta-feira, levam ganhos de 15%, segundo dados da Bloomberg. Apesar desta forte recuperação, os títulos ainda acumulam uma queda de 17% desde o início do ano e de quase 70% nos últimos 12 meses.

A recuperação dos títulos da empresa, que pediu protecção contra credores para conseguir manter as operações, ocorre após notícias na empresa brasileira sobre a disposição do governo em apoiar a empresa. A Pharol, que detém 27,2% da Oi, também segue a valorizar, numa sessão de fortes perdas na bolsa nacional. As acções da empresa sobem 3,16% para 0,098 euros, mas já estiveram a disparar 17,89% esta sessão.

Segundo a Folha de São Paulo, o executivo estuda mudar a regulação de modo a valorizar os activos da Oi, o que seria um factor positivo para a recuperação da empresa. Entre as medidas possíveis está a transformação das concessões em autorizações, o que faria com que as infraestruturas de telecomunicações passassem a contar como activos da operadora em vez de terem de ser devolvidas ao Estado no final dos contratos. Com esta alteração, activos como antenas, infra-estruturas de cabos ou edifícios, passariam a ser da operadora que poderia utilizá-los nas negociações com os credores.

Também a Anatel, o regulador brasileiro do sector das telecomunicações, tem reiterado que apesar da Oi não ter capacidade para pagar aos credores, tem um valor em caixa suficiente para assegurar os serviços de telecomunicações aos clientes, um factor essencial para que o pedido de recuperação judicial seja aceite. Além disso, ao entrar neste processo, a Oi terá nova oportunidade para reestruturar a dívida de forma a assegurar a sobrevivência. E já houve investidores a mostrar vontade de apostar na operadora caso esses problemas sejam resolvidos.

O milionário egípcio Naguib Sawiris disse esta terça-feira à Bloomberg que estava disponível para investir na operadora brasileira caso tenha a garantia por parte da Oi que as conversações são exclusivas, à semelhança do que aconteceu com o fundo russo LetterOne que estava disposto a injectar capital na Oi caso a mesma avançasse para uma fusão com a TIM.