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Oi perde 15% após pedido de recuperação judicial
A operadora, detida directa e indirectamente em 27,5% pela Pharol, irá sair dos principais índices da bolsa brasileira.
As acções da Oi começaram a negociar sob forte pressão na bolsa de São Paulo, após a negociação ter estado suspensa. As acções ordinárias da empresa brasileira descem 15% para 1,07 reais brasileiros, enquanto as acções preferenciais [que não têm direito de voto] perdem 30% para 0,69 reais, segundo dados da agência Bloomberg.
As descidas ocorrem depois de a operadora ter decidido avançar para uma recuperação judicial, após ter falhado um acordo com os credores. Já as acções da Pharol continuam suspensas, com a CMVM a aguardar a "divulgação de informação relevante relativa ao pedido de recuperação judicial das empresas Oi" para que os títulos recomecem a negociar. Também as obrigações de retalho da antiga PT e garantidas pela Oi, com maturidade no final de Julho, estão suspensas.
O Conselho de Administração da empresa considerou na segunda-feira que, dada a ausência de acordo para a reestruturação de dívida, a recuperação judicial, que permite à companhia ter protecção contra credores, era a melhor alternativa para manter a empresa viável. Também o regulador do mercado de telecomunicações no Brasil, a Anatel, acredita "na possibilidade de um desfecho que signifique a efectiva recuperação do equilíbrio económico-financeiro das prestadoras".
A Oi já convocou uma assembleia geral de accionistas para deliberar sobre o pedido de recuperação judicial. Segundo a lei brasileira, os accionistas têm maiores garantias em cenários deste tipo do que noutras jurisdições, como nos Estados Unidos, por exemplo. Devido a esse pedido, a empresa que gere a bolsa brasileira, exclui as acções da Oi dos seus índices de referência.
Apesar de a empresa ter tomado a decisão de ir para recuperação judicial, o milionário egípcio Naguib Sawiris, que controla a Orascom Telecom Media, disse à Bloomberg que estaria na disposição de investir na Oi e que uma fusão com a Tim faria "bastante sentido". Essa solução já foi testada pelo milionário russo Mikhail Fridman, mas as conversações acabaram por chegar a um beco sem saída. Mas Sawiris mostrou interesse em entrar num negócio desse tipo em conjunto com Fridman.
(Notícia actualizada às 15:50)