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Ulrich sugere que BPI compre posição da Santoro em troca de acções no BFA
Além da separação de activos africanos ou da consolidação do BFA no CaixaBank, Fernando Ulrich tem uma terceira alternativa que acredita que responde às exigências de Isabel dos Santos.
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O presidente executivo do BPI tem uma nova sugestão para resolver o problema da exposição excessiva do banco a Angola. É um "terceiro caminho" em alternativa à cisão dos activos africanos e à consolidação do BFA no CaixaBank no âmbito da oferta pública de aquisição, e que responde às preocupações da empresária angolana Isabel dos Santos.
Segundo descreveu Fernando Ulrich na conferência de imprensa de apresentação de resultados, em que reportou lucros de 45,8 milhões de euros no primeiro trimestre, o BPI comprava a posição de 18,6% Isabel dos Santos no seu capital, oferendo em troca parte da participação de 50,1% do banco português no angolano BFA.
"Como os valores que estão em cima da mesa, a posição do BPI não daria para comprar os 50,1%, o BPI continuaria com posição no BFA mas claramente abaixo dos 50,1%", defendeu o líder do BPI. Desta vez, o banco angolano deixava de consolidar nas contas da entidade portuguesa, deixando de estar exposto à excessiva exposição que o Banco Central Europeu considera existir neste momento.
Accionistas ganhavam, segundo Ulrich
Para a Santoro, que detém 18,6% do capital do BPI, haveria apenas um pedido de reforço no banco angolano. "Numa operação destas, não há saída de dinheiro de Angola, há até o aumento de investimento da Santoro em Angola, contribuindo assim para o reforço da situação em Angola e para que, em conjunto com a Unitel, controlasse o BFA, o que parece ser um dos objectivos".
Para os catalães, que controlam 44,1% da instituição financeira portuguesa, e pelas contas de Fernando Ulrich, "uma operação destas é relativamente neutra".
Esta é uma terceira alternativa para resolver o problema da exposição a Angola e que cumpre, segundo Ulrich, aquilo que a Santoro, de Isabel dos Santos, defendeu no comunicado feito à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários: a protecção dos minoritários e não obriga à saída de exportação de capitais de Angola.