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Teixeira dos Santos: Governo "nunca interferiu em qualquer operação" da Caixa

O antigo ministro das Finanças do Governo de José Sócrates está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa.

Vítor Mota
19 de Junho de 2019 às 18:10
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O Estado, enquanto acionista, nunca interferiu em qualquer operação realizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). A garantia foi dada, esta quarta-feira, 19 de junho, por Fernando Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças durante o Governo de José Sócrates, que está a ser ouvido na segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD.

Questionado sobre se tem algum "arrependimento" em quanto à sua atuação enquanto ministro das Finanças, relativamente ao banco público, Teixeira dos Santos rejeita esta ideia.

"O acionista, como acionista, nunca interferiu em qualquer operação que tenha sido efetuada pela Caixa. Nesse sentido, se é nessa área específica que se pergunta se tenho ou não algum arrependimento, não há matéria relativamente à qual deva sentir necessidade de revisitar e de avaliar se deveria estar arrependido", respondeu.

O antigo ministro reforçou ainda que o Ministério das Finanças "procurou sempre pautar a relação com a Caixa no estrito cumprimento daquilo de que dispõe a lei".

Sobre as operações que vieram a revelar-se ruinosas para o banco público, e que estão a ser analisadas nesta comissão de inquérito, Teixeira dos Santos assume a mesma posição que tem sido defendida por vários antigos governantes e ex-administradores da Caixa: a culpa foi da crise financeira global.

"O nível da atividade bancária ressentiu-se, a sua rendibilidade deteriorou-se e a solidez foi debilitada. Os bancos tiveram de repor a solidez, mas mas também de reforçá-la. A Caixa não foi exceção. Sofreu os efeitos da maior crise global dos últimos 90 anos e, graças à intervenção do seu acionista, dispõe hoje de uma situação sólida", defendeu.

Vara e Santos Ferreira? "Não tenho razões para me arrepender dessas nomeações"

A convicção de que o resultado negativo de algumas operações de crédito foi motivado pela crise financeira é tanta que Teixeira dos Santos sugere que, com qualquer outra administração, os resultados teriam sido semelhantes. Isto para defender as nomeações de Carlos Santos Ferreira e Armando Vara para a administração da Caixa, que foram responsabilidade sua.

"Não tenho a certeza que isto se tenha devido ao conselho de administração que lá esteve ou a um conjunto de circunstâncias que se alteraram de forma muito significativa e que se concretizaram em riscos acrescidos", começou por dizer.

Questionado sobre se se arrepende de ter indicado Armando Vara e Carlos Santos Ferreira, o antigo ministro também rejeita esta ideia. "Até este momento, não tenho razões para me arrepender dessas nomeações.

"Armando Vara tinha experiência na banca, já ocupava um cargo de diretor na Caixa. Não tinha menos experiência na banca do que outros membros dessa mesma administração que tinham sido nomeados pelo governo anterior", reforçou.

Notícia atualizada às 18h15 com mais informação.
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