Notícia
Constâncio: Banco de Portugal "não tomou partido" na guerra de acionistas no BCP
O antigo governador do Banco de Portugal nega ter participado no assalto ao BCP, depois de Filipe Pinhal ter afirmado que foi Constâncio, Sócrates e Teixeira dos Santos que deram a "bênção" à guerra de acionistas no banco.
Vítor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal, garante que a entidade que liderou "não tomou partido" na guerra de acionistas no BCP. E que nada podia fazer quanto à passagem de Armando Vara e Carlos Santos Ferreira da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o BCP, já que "essa matéria era dos acionistas".
"O Banco de Portugal não tomou partido em nada sobre essa disputa entre acionistas" do BCP, afirma Constâncio na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco estatal, esta terça-feira. "Tomou as decisões de autorizar as operações qualificadas [nas quais houve um aumento da posição no BCP] não só à fundação [Berardo] mas a outros acionistas", acrescenta.
Tudo com "base na lei" e "sem ir além da lei", diz o responsável. Isto numa altura marcada "por toda a preocupação que tínhamos" com o BCP, pela "situação instável" em que estava o banco provocada pela queda acentuada das ações.
Na semana passada, o ex-administrador do BCP Filipe Pinhal afirmou que Vítor Constâncio, José Sócrates, então primeiro-ministro, e Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças, deram a "bênção" à guerra de acionistas no BCP.
"Movimento" de acionistas no BCP
Além da Fundação Berardo, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua relembra que no espaço de um mês e meio houve quatro grupos privados - Metalgest, Investifino, Góis Ferreira e Teixeira Duarte - que compraram ações do banco privado e assumiram participações qualificadas com crédito da Caixa.
"O Banco de Portugal teve conhecimento deste movimento de acionistas?", pergunta Mortágua. "Teve conhecimento à posteriori no seguimento dos pedidos sobre as participações qualificadas. Não se podia fazer nada para alterar essas operações" que eram "comuns à época".
A deputada insiste: "Mas o Banco de Portugal teve a consciência de que, com o empréstimo concedido à fundação do comendador, a CGD passou a ter perto de 8% do BCP tomado como penhor?". "Não fiz a soma", responde Constâncio.
BdP não podia intervir na ida de Vara e Santos Ferreira para BCP
Durante o chamado "assalto" ao BCP, Armando Vara e Carlos Santos Ferreira passaram da administração da CGD diretamente para o BCP. Questionado pelo deputado do PCP Duarte Alves se o Banco de Portugal não devia ter intervido perante esta alteração sem um período de nojo, Constâncio afirma que o regulador "não se podia opôr" a esta mudança, naquela que era uma "situação excecional".
"Nada na lei proíbe que um gestor passe para outro banco. Estas operações ocorreram entre bancos por todo o mundo. Não há nada que proíba. Zero", realça o ex-governador, notando que "não tínhamos de nos pronunciar sobre" esta questão porque "era matéria dos acionistas".
"O Banco de Portugal não tomou partido em nada sobre essa disputa entre acionistas" do BCP, afirma Constâncio na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco estatal, esta terça-feira. "Tomou as decisões de autorizar as operações qualificadas [nas quais houve um aumento da posição no BCP] não só à fundação [Berardo] mas a outros acionistas", acrescenta.
Na semana passada, o ex-administrador do BCP Filipe Pinhal afirmou que Vítor Constâncio, José Sócrates, então primeiro-ministro, e Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças, deram a "bênção" à guerra de acionistas no BCP.
"Movimento" de acionistas no BCP
Além da Fundação Berardo, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua relembra que no espaço de um mês e meio houve quatro grupos privados - Metalgest, Investifino, Góis Ferreira e Teixeira Duarte - que compraram ações do banco privado e assumiram participações qualificadas com crédito da Caixa.
"O Banco de Portugal teve conhecimento deste movimento de acionistas?", pergunta Mortágua. "Teve conhecimento à posteriori no seguimento dos pedidos sobre as participações qualificadas. Não se podia fazer nada para alterar essas operações" que eram "comuns à época".
A deputada insiste: "Mas o Banco de Portugal teve a consciência de que, com o empréstimo concedido à fundação do comendador, a CGD passou a ter perto de 8% do BCP tomado como penhor?". "Não fiz a soma", responde Constâncio.
BdP não podia intervir na ida de Vara e Santos Ferreira para BCP
Durante o chamado "assalto" ao BCP, Armando Vara e Carlos Santos Ferreira passaram da administração da CGD diretamente para o BCP. Questionado pelo deputado do PCP Duarte Alves se o Banco de Portugal não devia ter intervido perante esta alteração sem um período de nojo, Constâncio afirma que o regulador "não se podia opôr" a esta mudança, naquela que era uma "situação excecional".
"Nada na lei proíbe que um gestor passe para outro banco. Estas operações ocorreram entre bancos por todo o mundo. Não há nada que proíba. Zero", realça o ex-governador, notando que "não tínhamos de nos pronunciar sobre" esta questão porque "era matéria dos acionistas".
(Notícia atualizada às 12:34 com mais informação)