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Banco de Portugal mandou travar crédito do Finibanco em 2010

O objetivo foi acautelar perdas futuras e em causa estava um crédito à Domusvenda. A história faz a manchete do Público desta sexta-feira, que lembra que, a propósito do Caso Berardo, Vitor Constâncio, o então governador, defendia que o supervisor não podia travar créditos.

12 de Julho de 2019 às 09:36
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Em 2010, era Vitor Constâncio governador do Banco de Portugal (BdP), o supervisor da banca ordenou ao Finibanco que provisionasse a 100% os empréstimos dados à Domusvenda – uma empresa de crédito mal parado – ou que, em alternativa, os revertesse, o que acabou por acontecer. O objetivo era acautelar perdas futuras. E estava em causa um contrato de cessão de créditos registados por 146 milhões e que a Domusvenda estava a adquirir por apenas 17,704 milhões de euros, sendo a operação financiada em 99% pelo Finibanco.

 

A história é contada esta sexta-feira no jornal Público, que revela que o BdP concluiu, na avaliação que fez do negócio, que, na prática, o risco ficaria todo do lado do credor, o Finibanco, sem qualquer garantia associada e "sem uma análise de risco de suporte".

 

Esta ação do BdP, escreve o Público, contraria as declarações de Vítor Constâncio nas últimas semanas segundo as quais não é possível o supervisor obrigar os bancos a reverter empréstimos já concedidos. O enquadramento foi, neste caso, o empréstimo da Caixa a Berardo para aumentar a sua posição no BCP.

 

A propósito do caso Berardo, recorde-se, Vítor Constâncio garantiu que não esteve presente na reunião do conselho de administração do BdP que tomou a decisão de não oposição ao reforço de Joe Berardo no BCP em agosto de 2007. E garantiu ainda que só teve conhecimento das operações "a posteriori".

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