Notícia
Governo de Sócrates mudou administração da Caixa porque a anterior estava "fragilizada"
Teixeira dos Santos recordou que, quando tomou posse, a administração da Caixa estava "fragilizada" e, por isso, era necessária uma mudança. Foi por isso que nomeou Carlos Santos Ferreira e Armando Vara.
Uma das primeiras decisões do primeiro Governo de José Sócrates foi mudar a composição do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) porque a anterior liderança estava "fragilizada". É esta a justificação dada por Fernando Teixeira dos Santos, ministro das Finanças à época destes acontecimentos, que está a ser ouvido, esta quarta-feira, 19 de junho, na segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD.
Antes da eleição deste Governo, recordou Teixeira dos Santos, as notícias davam conta de vários conflitos dentro da Caixa. Para ilustrá-lo, leu vários títulos de jornais: "Liderança da Caixa está em aberto. Assembleia geral da Caixa deve ser adiada para julho. Assembleia da Caixa BI foi adiada pela terceira vez. Assembleia da Caixa BI foi adiada pela quarta vez. Administração da Caixa sem aval do Governo. Assembleia geral, contrariamente ao previsto, não manifestou voto de confiança na administração".
Neste cenário, considera, havia "uma imagem de grande fragilização" da administração da Caixa. E deixou críticas ao Governo que lhe antecedeu, liderado por Pedro Santana Lopes e com António Bagão Félix como ministro das Finanças. "Tenho dificuldade em entender que o acionista atue de forma tão errática e tão ambígua com uma instituição como a Caixa. Essa atuação fragilizou a administração. Vítor Martins [antigo presidente da Caixa] acabou por ser vítima do ministro das Finanças de então. Se era entendimento do ministro que Vítor Martins devia manter-se, devia ter tomado uma posição clara sobre o assunto e não podia permitir que este tema se arrastasse".
Foram estas as razões, diz, que o levaram a entender ser "necessário fazer uma mudança na Caixa". E a melhor forma de "ultrapassar essa fragilização era ter um novo rosto à frente da Caixa".
Essa intenção, recorda ainda, foi comunicada a José Sócrates, a quem disse que pessoas considerava que deveriam ser nomeadas para a administração do banco público.
O antigo primeiro-ministro, admite Teixeira dos Santos, levantou questões apenas sobre Armando Vara, que já tinha sido ministro num governo socialista. "Na altura, até perguntou se eu tinha a certeza relativamente ao nome de Armando Vara. A preocupação que manifestou era de que, no seu entendimento, a nomeação de Armando Vara para a administração da Caixa, politicamente, iria gerar ruído, ruído mediático. Consciente disso, fez o alerta".
Antes da eleição deste Governo, recordou Teixeira dos Santos, as notícias davam conta de vários conflitos dentro da Caixa. Para ilustrá-lo, leu vários títulos de jornais: "Liderança da Caixa está em aberto. Assembleia geral da Caixa deve ser adiada para julho. Assembleia da Caixa BI foi adiada pela terceira vez. Assembleia da Caixa BI foi adiada pela quarta vez. Administração da Caixa sem aval do Governo. Assembleia geral, contrariamente ao previsto, não manifestou voto de confiança na administração".
Foram estas as razões, diz, que o levaram a entender ser "necessário fazer uma mudança na Caixa". E a melhor forma de "ultrapassar essa fragilização era ter um novo rosto à frente da Caixa".
Essa intenção, recorda ainda, foi comunicada a José Sócrates, a quem disse que pessoas considerava que deveriam ser nomeadas para a administração do banco público.
O antigo primeiro-ministro, admite Teixeira dos Santos, levantou questões apenas sobre Armando Vara, que já tinha sido ministro num governo socialista. "Na altura, até perguntou se eu tinha a certeza relativamente ao nome de Armando Vara. A preocupação que manifestou era de que, no seu entendimento, a nomeação de Armando Vara para a administração da Caixa, politicamente, iria gerar ruído, ruído mediático. Consciente disso, fez o alerta".