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Cabral dos Santos: "Não era normal" instituições de solidariedade pedirem crédito à CGD

O ex-diretor de grandes empresas da CGD diz que a Fundação Berardo foi a única instituição de solidariedade a pedir um montante de grande dimensão.

Lusa
17 de Junho de 2019 às 17:48
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Cabral dos Santos, ex-diretor de grandes empresas da Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirma que "não era normal" instituições de solidariedade irem pedir empréstimos de grande montante ao banco estatal. De acordo com o responsável, o crédito concedido à Fundação Berardo foi caso único.

 

Questionado pela deputada do CDS Cecília Meireles sobre se era habitual instituições de solidariedade irem pedir empréstimos à Caixa para financiar a compra de ações, Cabral dos Santos afirmou que tanto "não é normal como não houve mais nenhuma instituição que tivesse pedido um montante desta grandeza".

 

Em causa está o financiamento de 350 milhões de euros concedido ao empresário Joe Berardo para financiar a compra de ações do BCP. Títulos que acabaram por sofrer uma queda acentuada e provocar perdas avultadas para a CGD.

 

Cecília Meireles pergunta se ninguém na CGD estranhou este empréstimo. "É que eu estranho", refere a deputada do CDS. Perante esta questão, Cabral dos Santos reforça: "Não era habitual. Não me lembro de nenhuma fundação ter pedido à Caixa um financiamento dessa dimensão".

 

As declarações são feitas esta segunda-feira, 17 de junho, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. Iniciativa a que Cabral dos Santos regressa, depois de já ter respondido aos deputados em abril, para explicar contradições entre aquilo que disse na sua primeira intervenção e o que foi dito depois por outros inquiridos.

 

Foi o caso de Joe Berardo, que disse ter sido Cabral dos Santos a sugerir que o empresário pedisse um crédito à CGD para financiar a compra de ações do BCP, algo que o ex-diretor negou.

 

O ex-diretor da CGD disse ter encontrado no arquivo da CGD uma carta, com data de 10 de novembro de 2006, da Fundação Berardo, assinada por Berardo e dirigida a Carlos Santos Ferreira, então presidente do banco estatal. O assunto desta carta era "Concessão de linha de crédito" e nesta estavam detalhadas as condições para um crédito de 350 milhões de euros para a compra de ações do BCP e para refinanciar dívida do banco.

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