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Wall Street no vermelho com tecnológicas a pressionar. Broadcom cai mais de 6%
Os principais índices viveram um dia volátil, com um "selloff" das tecnológicas a contagiar Wall Street. As tarifas também centraram atenções, num dia em que Trump disse nem sequer estar a olhar para o mercado de ações.
Wall Street fechou a sessão desta quinta-feira no vermelho. O dia foi marcado por uma forte volatilidade com a incerteza em torno das tarifas e quedas de algumas das maiores tecnológicas do mundo a pesar no sentimento dos investidores.
O S&P 500 perdeu 1,78% para os 5.738,52 pontos, enquanto o Nasdaq Composite cedeu 2,61% para 18.069,26 pontos. Já o Dow Jones caiu 0,99% para 42.579,08 pontos.
Mesmo a decisão do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de adiar as taxas sobre os produtos mexicanos e canadianos abrangidos pelo acordo comercial tripartido (USMC), não foi suficiente para inverter a tendência negativa vivida nos principais índices norte-americanos.
"A volatilidade parece ser a única certeza, uma vez que as políticas são implementadas, contestadas, modificadas e, muitas vezes, reimplementadas", disse à Bloomberg Chris Low, da FHN Financial.
Durante o dia de hoje, Trump disse que "nem sequer estou a olhar para o mercado de ações" e que "os globalistas estão por detrás da venda de ações".
Produtoras de semicondutores experienciaram uma nova pressão depois de a Alibaba ter apresentado a sua plataforma Qwen, um modelo que afirma ter um desempenho equivalente ao da start-up chinesa DeepSeek, mas que utiliza apenas uma fração dos dados, de acordo com a tecnológica chinesa.
Há apenas duas semanas, as ações de empresas ligadas ao setor tecnológico e da inteligência artificial impulsionaram o índice Nasdaq 100 para mais um recorde. As perdas desta quinta-feira levaram o índice tecnológico para uma queda de mais de 9% desde dia 19 de fevereiro, registando perdas semelhantes ao "sell-off" vivido no início da pandemia.
Entre algumas empresas do setor, a Marvell Technology afundou quase 20%, depois de os resultados e as previsões de receitas da fabricante de "chips" não terem correspondido às elevadas expectativas do mercado. Já a MongoDB tombou mais de 26%, depois de a empresa de software de bases de dados também ter apresentado previsões que os investidores e analistas consideraram dececionantes. A Broadcom, que apresenta resultados trimestrais após o fecho de Wall Street, caiu mais de 6%.
As atenções viram-se agora para a taxa de desemprego na maior economia mundial em fevereiro, conhecida esta sexta-feira, bem como para o discurso do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que irá falar durante o dia de amanhã sobre o estado da economia do país.
Os pedidos iniciais de subsídio de desemprego nos EUA, conhecidos esta quinta-feira, caíram em 21 mil em relação à semana anterior, para 221 mil pedidos de subsídio de desemprego apresentados na última semana de fevereiro, de acordo com a Trading Economics. O valor fica muito abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para 235 mil pedidos.
Quanto às "big tech", a Nvidia tombou 5,74%, a Amazon caiu 3,68%, a Microsoft cedeu 1,03%, a Meta perdeu 4,35% e a Alphabet deslizou 0,45% e a Apple desvalorizou 0,17%.