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Três bancos portugueses com 75 milhões de euros em risco na Abengoa (correcção)

Há 200 instituições financeiras com exposição à Abengoa, empresa espanhola que pode protagonizar a maior falência de sempre em Espanha. Três são grandes bancos portugueses: Novo Banco, BPI e CGD. O BCP não está exposto.

Bloomberg
26 de Novembro de 2015 às 10:10
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Foi divulgado esta quinta-feira, 26 de Novembro, pelo jornal Expansión, a lista de entidades credoras da empresa espanhola Abengoa, que está em risco de protagonizar a maior falência da história em Espanha. Há, pelo menos, três grandes bancos portugueses expostos a esta empresa espanhola: Novo Banco, BPI e CGD. No total, a exposição da banca nacional ascende a 75 milhões de euros.

O Novo Banco tinha a 30 de Setembro uma exposição de 55 milhões de euros, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BPI têm uma exposição de dez milhões de euros cada.

Na lista de credores da companhia espanhola que foi publicada pelo Expansion aparece uma instituição com o nome BCP, mas não se trata do banco português. Deverá tratar-se de uma instituição do Peru com o mesmo nome, sendo que a Abengoa também está presente neste país da América do Sul.  

Fonte oficial do BCP disse ao Negócios que o banco português não tem qualquer exposição à Abengoa. 

O jornal espanhol escreve ainda que no total são 200 as instituições financeiras que têm exposição à empresa espanhola de energias renováveis e o montante total dessa exposição ascende a mais de 20 mil milhões de euros. Sendo que desse volume, 12% corresponde a empréstimos corporativos, o que têm mais risco.

O banco estatal norte-americano Federal Financing Bank é a instituição que tem o montante mais elevado de exposição à Abengoa – com 2.200 milhões de euros em exposição. O banco espanhol Santander é o que tem a segunda maior exposição, com 1.550 milhões de euros.

Esta quarta-feira, 25 de Novembro, foi revelado que a Abengoa tinha iniciado um procedimento para obter protecção dos credores, após a Gonvarri cancelar o acordo para investir 350 milhões de euros na energética. A espanhola Gonvarri Corparación Financiera retirou o plano para investir 350 milhões de euros, em troca de 28% do capital da Abengoa, porque a energética não cumpriu as condições acordadas, indica um comunicado da empresa.

A falta deste financiamento essencial para concretizar o "plano de reestruturação que pretende acabar com as dúvidas sobre a solidez da empresa", reduzindo a dívida, levou a Abengoa a iniciar o procedimento para pedir protecção dos credores.

Falência da Abengoa será a maior em Espanha

A Abengoa nasceu em 1941 com o objectivo de fabricar contadores eléctricos, ainda que a situação económica da época tenha impedido o projecto. A empresa começou então a dedicar-se à elaboração de estudos técnicos e montagens eléctricas. Depois dos anos 50, a empresa sevilhana estendeu-se ao resto da Andaluzia e posteriormente a todo o território espanhol. Nos anos 60 iniciou o seu processo de internacionalização.

Actualmente a Abengoa desenvolve o seu negócio nos sectores da energia e ambiente através das actividades de construção e engenharia. A empresa está presente em mais de 80 países.

Agora, a empresa vê-se obrigada a solicitar "com a maior brevidade" a protecção dos credores para continuar a funcionar.

A Abengoa entrar em falência esta será a maior da história empresarial espanhola.

Por esta altura, as acções da Abengoa desvalorizam 25,95% para 31,3 cêntimos. Já durante esta sessão na bolsa de Madrid, os títulos da empresa recuaram 28,57% para 30 cêntimos.

(Notícia corrigida às 10:49, para dar conta que o BCP que consta na lista divulgada pelo Expansion não é o banco português, mas sim uma instituição financeira do Peru)

 

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