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Acções da Abengoa afundam 70% após empresa preparar protecção dos credores
A Abengoa iniciou o procedimento para obter protecção dos credores, após a Gonvarri cancelar o acordo para investir 350 milhões na energética. As acções estão a recuar 69% na bolsa de Madrid.
A empresa de energias renováveis espanhola Abengoa iniciou o procedimento para obter protecção dos credores, após a Gonvarri cancelar o acordo para investir 350 milhões de euros na energética. As acções estão suspensas na bolsa, mas a pré-negociação indica uma queda de 80%.
A espanhola Gonvarri Corparación Financiera retirou o plano para investir 350 milhões de euros, em troca de 28% do capital da Abengoa, porque a energética não cumpriu as condições acordadas, indica um comunicado da empresa. A falta deste financiamento essencial para concretizar o "plano de reestruturação que pretende acabar com as dúvidas sobre a solidez da empresa", reduzindo a dívida, levou a Abengoa a iniciar o procedimento para pedir protecção dos credores.
As acções da energética estão a cair 69,12% para 0,281 euros, após terem estado suspensas durante a manhã. Na bolsa de Madrid, as acções da banca estão a desvalorizar, com a possibilidade de perdas por incumprimento da Abengoa, cuja dívida ascende a 7,9 mil milhões de euros, de acordo com a Bloomberg. O Banco Popular está a desvalorizar 3,78%, seguido pelo Sabadell, que cai 3,65%. O Santander, o CaixaBank e o Bankia também estão a desvalorizar mais de 2%.
Impacto "muito negativo", dizem os analistas
"O potencial acordo com o grupo Gestamp era essencial para assegurar liquidez da empresa", diz Nuno Estácio. "O futuro da empresa depende agora de negociações com os credores que irão durar mais quatro meses", diz o analista do Haitong Bank, que considera a notícia "muito negativa". O banco de investimento colocou por isso a recomendação e avaliação da empresa em revisão, indica numa nota para investidores.
A equipa de "research" do BPI também destaca o impacto "negativo" da notícia. "A decisão de pedir protecção dos credores é uma medida de último recurso", escreve o banco numa nota para investidores.