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De saída do IBEX, Abengoa volta a recuar 30%

A Abengoa está de saída do índice da bolsa espanhola. As acções cedem novamente. O Governo de Rajoy está atento e espera uma solução. O pedido de protecção de credores já foi feito. Há quatro meses para negociar com a banca.

Bloomberg
26 de Novembro de 2015 às 15:39
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No arranque da sessão bolsista desta quinta-feira, havia tantas ordens de venda de acções da Abengoa que não foi possível concretizá-las. Apenas meia hora depois da abertura oficial das bolsas na Europa é que começaram a trocar de mãos os títulos da empresa espanhola de energias renováveis. A avalanche de notícias sobre a protecção de credores, incluindo o corte de "rating", e a saída do IBEX-35 contribuíram para o atraso. E para a queda. 

 

A descida da Abengoa em bolsa até começou por ser tímida (quando comparada com a queda superior a 50% do dia anterior): na ordem dos 9,05%. Contudo, logo começou a piorar e a perda de valor superou os 30%. Os títulos seguem a cair 32,38%.  

 

As acções da empresa espanhola estão a negociar nos 28,4 cêntimos. Ontem, a empresa já tinha caído em força: o recuo de 53,85% no fecho afastou a cotação das acções da casa dos 91 cêntimos para a casa dos 42. Agora, desceu ainda mais e a empresa está no valor histórico mais baixo desde que está em bolsa.

 

É uma queda livre na bolsa espanhola. A empresa de energias renováveis Abengoa está em fortes dificuldades desde que a Gonvarri anunciou que não vai investir os 350 milhões de euros prometidos que iriam dar-lhe 28% do capital e salvaguardar a situação da empresa.

 

Ficou aberto o caminho para o pedido de protecção de credores, que passará pela negociação directa com a banca (em que se encontram o BPI, a CGD e o Novo Banco, com 75 milhões de euros de dívida por reclamar). O que, segundo os jornais espanhóis, já se concretizou. A ocorrer a declaração, será a maior alguma vez feito em Espanha, já que o passivo da companhia supera os 20 mil milhões de euros, revelam as contas da empresa. 

Com este procedimento, a empresa não pode ser alvo de processos judiciais e tem espaço para um acordo extrajudicial para a redução da sua dívida. Há, agora, quatro meses pela frente para a negociação.  

 

A situação levou o comité da bola espanhola responsável por determinar a composição do índice de referência a tomar uma decisão: a saída da Abengoa do IBEX-35. Um passo que conduz, em grande medida, à desvalorização sentida em bolsa. Muitos fundos de investimento só podem ter acções que compõem os principais índices das praças – saindo dessa montra da bolsa espanhola, a Abengoa não pode estar presente em carteiras de muitos clientes institucionais.

 

Ao mesmo tempo, a Fitch também cortou a classificação de risco da Abengoa, agora em níveis próximos da insolvência ("CC"), pressionando ainda mais uma empresa já castigada. 

 

Governo quer "solução"

 

Entretanto, o Governo já disse que está atento. José Manuel Soria, ministro da Indústria, afirmou que espera que a situação se resolva ainda que diga que é uma "matéria do sector privado", segundo a Bloomberg.


O El Confidencial cita a ministra do Emprego, Fátima Báñez, que vai mais além e defende que o Governo vai colaborar na busca por um "futuro" para a empresa de Sevilha. "[O Governo], desde o primeiro momento, quer ajudar nesse diálogo e na busca de uma solução para a empresa". O grupo emprega 24.306 funcionários.

 

 

 

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