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É oficial: Abengoa já pediu protecção para negociar a sua salvação

As acções da empresa espanhola estão a subir 15% mas o ganho é insuficiente para compensar as perdas acima de 40% registadas nos dois dias anteriores. O pedido de protecção judicial já foi feito, seguem-se as negociações.

Bloomberg
27 de Novembro de 2015 às 09:00
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A Abengoa já entregou o pedido para ficar protegido de acções judiciais - o maior alguma vez feito em Espanha. A oficialização decorreu junto do tribunal do comércio de Sevilha, cidade onde está sediada, e o regulador espanhol foi também informado.

 

O pré-concurso voluntário de credores protege a empresa de energias renováveis, que tem um passivo superior a 20 mil milhões de euros, de potenciais acções de investidores que ponham em causa "bens e direitos que sejam necessários para a continuidade da actividade profissional". Há agora um período para negociar com os seus credores a sua dívida e evitar, assim, a insolvência. 

 

Entretanto, os detentores de obrigações (títulos de dívida) da Abengoa já reagiram: o El Confidencial escreve que foram contratados os serviços da empresa líder mundial nas operações de reestruturação, a Houlihan Lokey.

 

A apresentação do pedido foi feita depois de confirmado pela Abengoa que não chegou a acordo para a injecção de capital por parte da Gonvarri, na ordem dos 350 milhões de euros, que iria dar a esta última 28% do capital da energética e salvaguardar a situação da empresa. Não aconteceu e tem de haver, agora, uma negociação com os mais de 2.000 credores, entre os quais três bancos portugueses: Novo Banco, BPI e CGD têm, segundo o Expansión, uma exposição total de 75 milhões de euros.

 

Recuperação em bolsa

Entretanto, a Abengoa está hoje a subir em bolsa depois dos tombos expressivos dados nos dois dias anteriores (40% ontem e 54% na quarta-feira). As acções ganham 15,87% para 29,2 cêntimos, ainda bastante distantes da casa de 1 euro em que negociavam há duas semanas.

 

Além de toda a situação de insolvência, a empresa está a ser castigada pelos cortes de classificação de risco por parte das três maiores agências de "rating" mundiais (S&P, Moody’s e Fitch) e pelo facto de já não pertencer ao principal índice da bolsa espanhola, o IBEX-35.

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