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CEO da Abengoa demite-se e "chairman" assume poder executivo
A multinacional espanhola da área da energia renovável e tecnologia já apresentou um pedido de protecção contra credores e está a tentar encontrar uma solução com as cerca de 200 instituições credoras, numa altura em que enfrenta grandes dificuldades.
Santiago Seage demitiu-se do cargo de presidente executivo da Abengoa, passando agora a ser director-geral da filial norte-americana Abengoa Yield, avança a imprensa espanhola.
Joaquim Fernández de Piérola Marín, até agora presidente da Abengoa México, substituirá Seage na empresa-mãe, mas apenas como director-geral. Ao mesmo tempo, José Dominguez Abascal, até aqui presidente não executivo, assume a presidência do conselho de administração com poderes executivos.
Abascal, conforme sublinha o Expansión, tem estado estreitamente vinculado a Felipe Benjumea – e tem sido precisamente a presença de Benjumea na presidência e na gestão da multinacional espanhola de energia renovável e tecnologia que tem constituído um obstáculo para a Abengoa chegar a um acordo de refinanciamento com a banca.
A empresa já pediu a protecção contra credores, e tem estado agora a reorganizar a sua cúpula. Além das trocas de lugares, o conselho de administração passa a ter um único vice-presidente, Antonio Fornieles Melero, avança o El País.
Em dois dias, a Abengoa afundou mais de 70% na bolsa espanhola e foi expulsa do índice madrileno Ibex-35. No entanto, esta manhã as suas acções estiveram a corrigir das quedas. Os títulos de tipo B (os que estavam cotados no Ibex) subiam cerca de 20% na abertura da sessão e já escalavam 22% duas horas depois, ao passo que os de tipo A valorizavam mais de 7%. Mas apesar desta retoma, estão a valer cerca de 30 cêntimos por acção, contra os 91 cêntimos a que negociavam no início da semana.
A empresa, depois de formalizar o pedido de protecção contra credores, tem agora quatro meses para negociar com as cerca de 200 entidades credoras, entre as quais se contam bancos portugueses: Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos e BPI. Entre outras das instituições financeiras credores estão o HSBC, Credit Agricole, Santander, Bankia, CaixaBank e Sabadell.
A comunidade autónoma de Andaluzia e o governo espanhol têm estado a tentar convencer a banca a facilitar uma saída para a empresa, que entretanto sofreu um corte de sete níveis no seu "rating" por parte da agência financeira Standard & Poor’s.