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PS: Centeno "tem falado a verdade" e a prova chega na terça-feira
Os socialistas acusam o CDS de uma acusação que representa "uma montanha que pariu um rato". As missivas de Domingues a Centeno poderão vir a ser tornadas públicas na próxima terça-feira.
O Partido Socialista defende que Mário Centeno tem dito a verdade sobre a Caixa Geral de Depósitos: nunca assumiu qualquer compromisso. Por isso, diz o deputado João Paulo Correia, o CDS, ao afirmar que o ministro das Finanças mentiu, está a fazer uma acusação que não corresponde à verdade. Mas as provas só chegam na terça-feira.
Tudo começou nas cartas enviadas por António Domingues à comissão de inquérito, com o selo de confidencial, e que só poderiam ser lidas por seis deputados, mas que foram reveladas pelo jornal Eco. Em declarações aos jornalistas, o deputado socialista referiu-se às missivas, ressalvando que a matéria está "em estado confidencial", mas dando uma garantia sobre as mesmas: "Em momento algum, nessa correspondência, o ministro das Finanças se compromete acerca da dispensa" da entrega das declarações de rendimentos e de património aos gestores da CGD.
Numa carta de 15 de Novembro, Domingues refere que esse sempre foi um ponto acordado entre o próprio e o Ministério das Finanças para ter assumido a presidência da CGD. O PS defende que Centeno nunca assume esse compromisso.
"O ministro das Finanças tem falado a verdade", garantiu o deputado que coordena os socialistas na comissão de inquérito às causas da capitalização de 5.160 milhões de euros do banco público.
Questionado pelo facto de o secretário de Estado Ricardo Mourinho Félix ter dito que a alteração legislativa que retirou a CGD do estatuto de gestor público e permitiu aumentos salariais e a dispensa da entrega das declarações no Constitucional tinha sido "intencional", João Paulo Correia afirmou que "as declarações foram contextualizadas, produzidas há meses, já foram objecto de réplica", não respondendo.
Terça-feira
Sobre o CDS, que acusa Centeno de ter mentido quando afirmou à comissão de inquérito que não tinha correspondência trocada com Domingues sobre as negociações para a entrada da CGD, João Paulo Correia diz que "a acusação foi uma montanha que pariu um rato".
O socialista não explicou por que motivo diz isso, referindo-se à confidencialidade. Aliás, por isso, remeteu novidades para terça-feira.
No próximo dia 14, a comissão de inquérito irá reunir-se para decidir o que fazer à correspondência enviada por Domingues, dizendo que há partes que poderão não ser admissíveis na iniciativa por estarem fora do objecto mas que outras poderão vir a ser distribuídas por todos os deputados para além dos coordenadores e do presidente.
"Só na terça-feira é que irão ver que todas estas acusações são infundadas. O ministro tem falado a verdade", frisou o socialista.