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CDS mantém que Centeno "não disse a verdade" e pede SMS entre ministro e Domingues

"Mentir" pode "constituir crime", relembra o CDS num comunicado em que responde à resposta de Mário Centeno. "O Ministério das Finanças procurou ocultar as comunicações que manteve com o Dr. António Domingues".

Bruno Simão/Negócios
10 de Fevereiro de 2017 às 13:18
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O CDS-PP reafirma que o ministro das Finanças "não disse a verdade" à comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Na resposta ao comunicado de Centeno em que é acusado de "vil tentativa de assassinato de carácter", o partido diz que "mentir numa comissão de inquérito é politicamente grave e pode, inclusivamente, nos termos da lei, constituir crime".

 

"O senhor ministro das Finanças e o senhor primeiro-ministro terão de retirar as suas consequências", assinala o comunicado dos centristas enviado às redacções.

 

O CDS realizou ontem uma conferência de imprensa, onde referiu pela primeira vez que Mário Centeno mentiu ao dizer, em resposta à comissão de inquérito, que "inexistiam" "uma troca de comunicações" entre o Ministério e António Domingues, pelo que não podia disponibilizar tal informação. O que havia era uma missiva do gestor "que nunca teve resposta do ministro das Finanças". Por isso, o ministro não enviou a documentação. Uma argumentação que não se coaduna na óptica dos centristas. 

 

"O Ministério das Finanças respondeu que essas comunicações ‘inexistiam’. O Dr. António Domingues enviou as comunicações. O que permite concluir que, de facto, existiam e estavam enquadradas no objecto do requerimento", comenta o CDS.

 

O CDS, que é representado no inquérito parlamentar por João Almeida (na foto), queria as comunicações trocadas desde 20 de Março de 2016, quando Domingues foi convidado para liderar o banco público mas Centeno considerou que não fazia sentido enviar documentação posterior à entrada em funções, a 31 de Agosto.

 

"Quanto ao critério cronológico invocado pelo Ministério das Finanças para excluir ‘comunicações posteriores à entrada em funções do Dr. António Domingues’, este não tem qualquer relação com o objecto do requerimento que apenas tinha uma limitação cronológica inicial (20 de Março de 2016) e nenhuma final. Sendo, assim, é relevante e exigível qualquer comunicação em que se refiram as ‘condições colocadas para a aceitação dos convites’, independentemente do momento em que foram enviadas", assinalam os centristas no comunicado.

 

Nesse sentido, "ao proceder desta forma, ficou claro que o Ministério das Finanças procurou ocultar as comunicações que manteve com o Dr. António Domingues e a forma inaceitável como conduziu este processo", conclui o partido. 

Num requerimento enviado ao presidente da comissão parlamentar de inquérito, o CDS pede a Matos Correia que solicite ao ministro a ao antigo presidente de Caixa "informação sobre se houve comunicação, por SMS ou por outra via, entre o Ministério das Finanças e o Dr. António Domingues após a reunião de 18 de Março de 2016, de alguma forma relacionada com as condições colocadas para a aceitação dos convites para a nova administração da CGD".


Ao Jornal Económico, o líder parlamentar Nuno Magalhães admitiu poder avançar com uma participação criminal junto do Ministério Público. 

 

António Costa já voltou hoje a reafirmar a "confiança" em Mário Centeno e também o Presidente da República já veio defender o governante.

(Notícia actualizada às 16:05 com novo requerimento enviado pelo CDS à CPI)

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