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Passos: Ministra não manipulou, só disse que estimativa da Parvalorem "devia ser revista"

"Teria tomado exactamente a mesma decisão, que foi fazer a reavaliação da estimativa", assumiu o primeiro-ministro. A reavaliação foi feita na sequência de dúvidas da tutela. Passos diz que a notícia foi publicada devido à campanha eleitoral.

Correio da Manhã
29 de Setembro de 2015 às 13:27
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A ministra das Finanças diz que não deu quaisquer "instruções" à Parvalorem para reduzir o nível de imparidades, de modo a não ter impacto no défice. Fez apenas perguntas. O primeiro-ministro também diz que não foram dadas instruções. Mas admite que foi feita uma revisão do nível de imparidades no veículo com créditos do ex-BPN porque pareceu à tutela que esta era necessária.


"A Parvalorem propôs uma estimativa [para imparidades], que pareceu à tutela que devia ser revista. E foi revista, de acordo com os parâmetros e com a própria auditoria", disse Pedro Passos Coelho em declarações aos jornalistas num dia de campanha eleitoral.

 

A Antena 1 adianta esta manhã que, a 19 de Fevereiro de 2013, a então secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque teve uma reunião com a administração da Parvalorem, que lhe comunicou as contas, nomeadamente as imparidades totais de 577 milhões de euros em 2012. As imparidades correspondem ao dinheiro colocado de lado por uma instituição quando prevê perdas futuras em créditos já concedidos. Segundo a mesma fonte, a governante terá perguntado qual a melhor expectativa de recuperação dos créditos e pedido para actuar nesse sentido.

 

Três dias depois, a administração do veículo informa Albuquerque do resultado do processo de revisão das contas solicitado. "Após este trabalho cirúrgico conseguimos reduzir o valor das imparidades de 577 milhões de euros para 420 milhões de euros", refere a nota da equipa de gestão enviada à responsável pela tutela e citada pela Antena 1.  

 

"A estimativa foi, na altura, rectificada. Não há aqui nenhuma ocultação nem desvirtuamento", indica Passos Coelho, dizendo que "teria feito exactamente a mesma coisa" que Maria Luís Albuquerque fez naquela altura.

 

A ministra confirma que fez perguntas sobre as primeiras estimativas à administração do veículo estatal, por considerar que a mesma era mais pessimista do que o que se justificava na óptica da tutela. No entanto, Maria Luís Albuquerque nega ter dado instruções, como forma de limitar o impacto no défice.


A sociedade, liderada por Francisco Nogueira Leite, nega qualquer intervenção da tutela, defendendo que o fecho de contas é da "exclusiva responsabilidade" da administração.

O primeiro-ministro, em campanha pelo PSD e pelo CDS, diz que "não há nenhuma ocultação". Para Passos Coelho, a notícia sobre as contas da Parvalorem justifica-se por se estar em campanha eleitoral.

 

Os resultados da Parvalorem, enquanto sociedade estatal que ficou com os créditos tóxicos do nacionalizado BPN, têm impacto nas contas públicas, dado que a mesma é uma Entidade Pública Reclassificada e integrante do Sector Empresarial do Estado. Em 2012, o Estado português apresentou um défice de 6,4% do Produto Interno Bruto.


(Título alterado às 13h37 para conter a citação "devia ser revista" e não "tinha de ser revista")

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