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Parvalorem defende que fecho de contas de 2012 foi da sua "exclusiva responsabilidade"

A Antena 1 noticia que Maria Luís Albuquerque pediu para a administração da Parvalorem baixar as imparidades em 2012. As Finanças negam manipulação. A empresa que ficou com créditos do ex-BPN também e diz que foram seguidos os "procedimentos normais".

Bruno Simão
29 de Setembro de 2015 às 12:03
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"Mais não ocorreram do que procedimentos normais em qualquer empresa com este perfil e objecto social". É assim que a Parvalorem reage à notícia da Antena 1 que dá conta de um pedido de Maria Luís Albuquerque para que as imparidades a registar em 2012 por aquela sociedade pública, que herdou créditos tóxicos do BPN, fossem mais baixas do que a administração inicialmente previa.


Em comunicado emitido esta terça-feira, 29 de Setembro, a administração liderada por Francisco Nogueira Leite escreve que "o trabalho de fecho de contas de 2012 não foi mais do que um normal exercício realizado pelos serviços de auditoria, contabilidade e sob a exclusiva responsabilidade do conselho de administração, que se sente gravemente lesado na sua honra e dignidade profissional".

 

A Antena 1 adianta esta manhã que, a 19 de Fevereiro de 2013, a então secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque teve uma reunião com a administração da Parvalorem, que lhe comunicou as contas, nomeadamente as imparidades totais de 577 milhões de euros em 2012. As imparidades correspondem ao dinheiro colocado de lado por uma instituição quando prevê perdas futuras em créditos já concedidos. Segundo a mesma fonte, a governante terá perguntado qual a melhor expectativa de recuperação dos créditos e pedido para actuar nesse sentido.

 

Três dias depois, a administração do veículo informa Albuquerque do resultado do processo de revisão das contas solicitado. "Após este trabalho cirúrgico conseguimos reduzir o valor das imparidades de 577 milhões de euros para 420 milhões de euros", refere a nota da equipa de gestão enviada à responsável pela tutela e citada pela Antena 1.  

Trabalho de auditores

 

Recusando "liminarmente" as afirmações "distorcidas e manipuladas", a administração da Parvalorem defende que não há irregularidades nas contas daquele ano - o primeiro assinado pelo conselho de administração constituído por Francisco Nogueira Leite, Bruno de Castro Henriques e Paula Poças - porque as mesmas são auditadas. "As contas das empresas são sujeitas ao parecer do conselho fiscal e dos auditores pertencentes a uma reputada empresa internacional". 

 

O mesmo é dito pelo Ministério das Finanças num esclarecimento: "As imparidades são avaliadas e validadas pelos auditores das empresas de acordo com os critérios definidos para o efeito e adequadamente reflectidas nas contas".

 

Os resultados da Parvalorem, enquanto sociedade estatal que ficou com os créditos tóxicos do nacionalizado BPN, têm impacto nas contas públicas, dado que a mesma é uma Entidade Pública Reclassificada e integrante do Sector Empresarial do Estado. "Qualquer materialização ou não dessas perdas é sempre registada nas contas da Parvalorem no momento em que se verificam, com o correspondente impacto nas contas públicas, pelo que não há qualquer manipulação ou ocultação de contas", defende o Ministério das Finanças. 

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