Notícia
Campanha vista à lupa: As imparidades da Parvalorem afectam o défice de 2012?
Uma notícia da Antena 1 revelou que Maria Luís Albuquerque pediu, em 2012, à administração da Parvalorem para verificar qual a melhor estimativa de recuperação das imparidades que estavam a propor registar. A conclusão da oposição é que a governante pretendia com isso obter um valor melhor para o défice público.
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O que nós ficamos a saber é que as contas da Parvalorem foram marteladas para disfarçar o impacto do buraco do BPN no défice e que Maria Luís Albuquerque é tão de fiar nas suas contas como a contagem das emissões de gases da Volkswagen.
Pergunta:
As imparidades da Parvalorem afectam o défice de 2012?
Resposta:
A resposta é não. O défice público em contas nacionais só voltará a ser afectado pela Parvalorem, uma das empresas que resultou do BPN, quando as perdas, se existirem, forem reconhecidas. O que deixa por esclarecer a questão: porque é que a ministra Maria Luís Albuquerque pediu, de acordo com testemunhos da empresa, que se reduzissem as imparidades registadas?
A segunda-feira dia 29 de Setembro foi marcada pela notícia da Antena 1 a revelar que Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado das Finanças em 2012, pediu à administração da Parvalorem para verificar qual a melhor estimativa de recuperação das imparidades que estavam a propor registar no montante de 577 milhões de euros. A administração, da qual fazia parte Paula Poças ouvida pela Antena 1, fez uma revisão do valor para 420 milhões de euros.
Porque terá a secretária de Estado de então feito isso? A conclusão que se está a retirar é que pretendia com isso obter um valor melhor para o défice público. O problema é que as imparidades não são registadas anualmente nas contas públicas, apenas são contabilizadas na altura em que "nascem" e quando a perda se efectiva.
No défice "em contabilidade nacional não são incluídas variações de valor (aumentos ou diminuições) de ativos detidos por uma entidade", explica o INE. "O impacto no saldo apenas se verifica quando as perdas se concretizam" tendo como referência o valor inicialmente contabilizado.
Tudo começa pelo nascimento da empresa. Quando a Parvalorem foi criada registaram-se nas contas públicas as perdas potenciais (imparidades). Só haverá novo registo nas contas públicas quando essas perdas se concretizarem ('write off'), agravando o défice se a perda for superior ao inicialmente registado.