Segundo Luís Marques Mendes, o comentador político que tem noticiado várias informações sobre o caso BPI, o presidente do grupo catalão La Caixa (que detém o Caixabank, maior accionista do BPI), Isidre Fainé, foi ter com a empresária angolana, Isabel dos Santos (a sua sociedade Santoro é a segunda maior accionista), que se encontrava de férias na estância, não identificada, para discutirem o tema e soluções para o impasse accionista que se verifica neste momento. 

"As negociações estão a correr num ritmo acelerado", considerou Marques Mendes, no habitual espaço de comentário na SIC, este domingo, e a prova é a tal deslocação de Fainé para ir ter com a empresária angolana. E, segundo o perfil na rede social Instagram, a empresária angolana esteve mesmo na neve.

Esta é uma prova daquilo que tanto o Caixabank como a Santoro já afirmaram publicamente: o Caixabank, detido pelo La Caixa e que é directamente o accionista, já disse em comunicado, na semana passada, que "mantém contactos com o BPI e com o seu accionista, Santoro Finance – Prestação de Serviços no contexto da situação do excesso de concentração de riscos do BPI decorrente da sua participação de controlo no BFA".

A Santoro afirmou o mesmo, confirmando "contactos" "com vista a encontrar uma solução equilibrada que ajuste os devidos interesses de todas as partes envolvidas". 

E sobre este tema, Marques Mendes tem uma ideia: "Digamos que julgo que, dentro de poucas semanas, o La Caixa vai assumir a liderança do BPI".

Vencer BPI dita força na corrida ao Novo Banco

Ficando o BPI com os catalães (que, com os seus 44%, se comprarem os 18,6% da Santoro, terão de lançar uma oferta pública de aquisição sobre o banco porque superam os 50% do capital do banco), o La Caixa fica com mais força para concorrer à compra do Novo Banco, de acordo com Marques Mendes. Se ganhar o BPI, será um dos fortes candidatos, a par do Santander, que comprou o Banif no final do ano, e do fundo Apollo.

O BPI tem de reduzir a sua exposição a Angola, onde detém o Banco de Fomento de Angola, por determinação do Banco Central Europeu, numa decisão que tem de ser tomada até 10 de Abril.