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Analistas: Negociações aumentam probabilidade de nova OPA ao BPI

Os analistas consideram que a notícia de negociações entre o CaixaBank e a angolana Isabel dos Santos é positiva para o BPI e aumenta a probabilidade de uma nova OPA sobre o banco. E pode resolver o impasse entre os accionistas.

Pedro Trindade/Negócios
02 de Março de 2016 às 09:27
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A expectativa em torno de um acordo entre o CaixaBank e a angolana Isabel dos Santos está a agitar as acções do banco, com os títulos a dispararem mais de 10%, perante a possibilidade de uma nova OPA dos espanhóis sobre o banco. Para os analistas, a possibilidade de um acordo entre o CaixaBank e Isabel dos Santos é positiva para o BPI e pode ser mesmo a única alternativa para desbloquear o impasse entre os dois accionistas.


O CaixaBank e Isabel dos Santos, os dois principais accionistas do BPI, estarão em negociações para a compra da posição da angolana por parte do banco catalão, segundo uma notícia avançada esta terça-feira, 2 de Março, pela agência Bloomberg. Em causa estará a compra da posição de 18,58% que a empresária tem no BPI através da Santoro Finance, mas também dos 2,28% detidos pelo Banco BIC, uma posição conhecida esta semana.


"Entendemos que se trata de uma notícia tendencialmente positiva para o Banco BPI na medida em que as negociações em causa (a serem confirmadas) poderão ainda conduzir a um acordo alargado entre estes dois accionistas que venha a solucionar também a questão levantada pela ultrapassagem do limite dos grandes riscos em Angola", argumenta o analista do CaixaBI André Rodrigues, num comentário à notícia da Bloomberg.


Dado que o banco catalão detém actualmente 44,1% da instituição, "qualquer acordo que conduza à aquisição das referidas participações forçaria o banco espanhol a apresentar uma oferta para a aquisição das restantes acções do BPI", lembra a unidade de investimento da CGD.


À semelhança do CaixaBI, também o Haitong considera que, a confirmarem-se as negociações, aumenta a probabilidade de uma nova oferta sobre o banco português, isto depois dos espanhóis já terem lançado uma OPA sobre o BPI no ano passado. "Se o CaixaBank mantivesse a oferta do ano passado de 1,329 euros por acção, isto representaria um prémio de 24% face ao preço de fecho do BPI ontem", realça o Haitong.


Angola pressiona


Os especialistas do Haitong vêem na aquisição das acções detidas por Isabel dos Santos no BPI por parte do CaixaBank "a alternativa para desbloquear as negociações entre os dois maiores accionistas do BPI que, até agora, falharam em alcançar outra solução para o risco de concentração do banco em Angola".


Apesar da urgência para resolver o impasse no BPI, os analistas não estão certos se o CaixaBank irá melhorar o preço oferecido pelas acções do banco numa nova OPA face à contrapartida oferecida no ano passado, "devido às incertezas crescentes em relação às perspectivas para o crescimento económico global e para o mercado bancário europeu".


O BPI tem até ao dia 10 de Abril para apresentar uma proposta para reduzir o risco de concentração a Angola. No entanto as divergências entre os dois principais accionistas da instituição têm impedido uma solução para resolver esta situação. A proposta avançada pela administração do BPI passava pela cisão dos activos africanos, mas esta solução foi chumbada pela angolana Isabel dos Santos.


O fim dos entraves à eliminação do limite de votos nas empresas é agora proposta que está em cima da mesa do primeiro-ministro, António Costa, para permitir ao BPI resolver o problema angolano. O Negócios sabe que a ideia é transformar em lei a recomendação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários para que nas assembleias-gerais convocadas para desblindar estatutos não se aplique a limitação de votos que consta das regras da sociedade.


As acções do banco seguem a disparar 9,82% para 1,174 euros, tendo já chegado a valorizar mais de 10% logo nos primeiros minutos de negociação.

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