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BPI: Isabel dos Santos pode ganhar mais de 100 milhões com venda ao CaixaBank

Se chegar a acordo com o CaixaBank para vender a sua posição no BPI, Isabel dos Santos pode ganhar mais de 100 milhões, um ganho potencial inferior ao que teria tido na OPA de 2015. Em três dias, a posição valorizou 42 milhões.

Miguel Baltazar/Negócios
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Isabel dos Santos pode ganhar mais de 100 milhões de euros com a saída do capital do BPI, se chegar a acordo com o CaixaBank para vender a sua posição por um preço igual à cotação do banco liderado por Fernando Ulrich no momento em que a negociação das acções foi suspensa esta quarta-feira por decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No total, a empresária angolana tem quase 21% do BPI, incluindo a participação oficial de 18,58% detida através da Santoro e os 2,28% controlados através do Banco BIC, de que é a maior accionista. Tendo em conta a cotação à hora da suspensão, esta participação vale cerca de 360 milhões de euros, um valor mais de 100 milhões de euros acima do total de mais de 250 milhões de euros investidos.

No entanto, se a Santoro e o BIC tivessem vendido as suas posições na oferta pública de aquisição (OPA) que o CaixaBank lançou sobre o BPI em Fevereiro do ano passado, o ganho teria sido superior a 150 milhões de euros.

Isabel dos Santos entrou no capital do BPI em Dezembro de 2008, adquirindo quase 10% da instituição liderada por Fernando Ulrich por um valor que terá rondado 1,5 euros por título. Depois, reforçou no mercado e recebeu acções grátis num aumento de capital por incorporação de reservas, até comprar mais 9% do BPI ao CaixaBank, que tinha ficado com a participação do Itaú, por 0,5 euros por título. No total, investiu 220 milhões de euros no BPI.

Por seu turno, o Banco BIC e o seu presidente, Fernando Teles, tinham 2,038% do BPI a 11 de Abril de 2013, que, a preços da altura, valia mais de 30 milhões de euros como foi comunicado esta quarta-feira. Mas a 26 de Fevereiro, dia em que se soube que o BIC tinha uma participação que ascendia já a 2,28%, esta posição estava avaliada em quase 35 milhões de euros.

Participação engorda 42 milhões em bolsa em três dias

Nas últimas três sessões de bolsa – e até à altura em que a CMVM suspendeu na manhã desta quarta-feira a negociação das acções -, o valor da participação de 20,86% no BPI que poderá ser imputada a Isabel dos Santos (combinando posições da Santoro, Banco BIC e seus administradores) engordou 41,94 milhões de euros em bolsa.

Na sexta-feira, quando deu a conhecer ao mercado a exposição do banco e dos seus vogais ao capital da instituição portuguesa, o valor da participação de 33,2 milhões de acções imputadas ao BIC e os 270,6 milhões de títulos nas mãos da Santoro (controlada pela empresária angolana) ascendia aos 316,7 milhões de euros (ao preço de fecho de 1,042 euros por título).

Esta quarta-feira por volta das 11h00, quando o regulador suspendeu as acções, à espera de informação por parte do BPI, o valor em bolsa da mesma participação combinada cifrava-se em 358,63 milhões de euros, ou seja, mais 41,94 milhões que na sexta-feira passada. Quando foi interrompida a negociação, as acções disparavam 10,38% para 1,18 euros por título.

No final da semana passada, o BIC (de que a empresária angolana Isabel dos Santos controla 42,5%) comunicou ao mercado que, com a imputação da participação do presidente da instituição Fernando Teles, detinha uma presença de 2,28% no capital do banco.

E já esta quarta-feira, 2 de Março, sensivelmente à mesma hora da suspensão das acções, revelou que, tendo em conta a imputação de participações de administradores decidida pela CMVM, a superação da barreira dos 2% do capital do BPI (valor a partir do qual é obrigado a comunicar a posição detida) tinha sido atingida em 11 de Abril de 2013.

Na noite desta terça-feira a Bloomberg avançou que o CaixaBank (maior accionista do banco português) estará a negociar a compra da participação de Isabel dos Santos no BPI, um negócio que implicaria o posterior lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA). Em causa estará toda a participação que pode ser imputada à empresária angolana.

Tal como o Negócios noticia na edição desta quarta-feira, Isabel dos Santos arrisca que a posição do BIC no BPI possa vir a ser-lhe atribuída, o que em conjunto com a fatia da Santoro levaria a que lhe fosse imputado mais de 20% do capital do banco.

A superação desta fasquia teria de merecer a aprovação do Banco Central Europeu, numa altura em que a administração do BPI procura resolver o excesso de concentração de riscos em Angola, nomeadamente através da cisão dos activos africanos - uma proposta chumbada em assembleia geral pela Santoro e que o BIC também terá reprovado.

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