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Presidente da Renault detido por suspeitas de crimes financeiros. Acções da Nissan e da Renault afundam

Carlos Ghosn foi detido por suspeitas de ter reportado um valor salarial inferior ao que efectivamente recebeu no Japão pelas suas funções na Nissan. O também presidente executivo da Renault será demitido da fabricante nipónica. As acções das duas construtoras de automóveis estão a afundar.

19 de Novembro de 2018 às 10:16
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As autoridades japonesas suspeitam que o "chairman" da Nissan Motor, Carlos Ghosn, tenha declarado rendimentos inferiores aos que efectivamente auferiu, depois de uma investigação realizada pela própria Nissan.

O responsável foi detido esta segunda-feira, 19 de Novembro, e foi ouvido pelas autoridades.

 

As autoridades japonesas realizaram buscas na sede da Nissan, bem como noutros locais relacionados com a fabricante de automóveis, de acordo com o jornal japonês Asahi, citado pela Reuters.

 

Ghosn, além de "chairman" da Nissan, é também presidente executivo da Renault.

Entretanto a Nissan comunicou que vai pôr um fim ao mandato de Ghosn como "chairman", depois de ter descoberto que o responsável usou dinheiro da empresa para fins pessoais, além de ter cometido vários outros actos graves de má conduta.

 

A Nissan revelou as suspeitas através de um relatório, depois de uma investigação nos últimos meses a alegadas práticas impróprias praticadas por Ghosn e por um outro alto representante da Nissan, Greg Kelly.

 

"A investigação mostrou que ao longo de vários anos Ghosn e Kelly declararam rendimentos inferiores aos valores reais à Tokyo Stock Exchange, de forma a reduzir o montante declarado de Ghosn", revela a Nissan num comunicado, citado pela Reuters.

 

Ghosn é suspeito de ter "escondido" cinco mil milhões de ienes (39 milhões de euros), revela a publicação japonesa Kyodo, citada pela Bloomberg. Nos últimos anos enquanto CEO da Nissan – 2015 e 2016 – Ghosn auferiu mais de 1.000 milhões de ienes. No Japão, realça a agência financeira norte-americana, Ghosn tornou-se num dos executivos mais bem pagos, mas quando comparado com as remunerações da indústria automóvel mundial este valor representa cerca de metade da média.

A fabricante revelou ainda que o CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, vai avançar com uma proposta para que o conselho de administração afaste os dois responsáveis.


Estas suspeitas estão a provocar quedas acentuadas nas acções das duas cotadas. A Renault está a afundar mais de 13%, negociando em mínimos de 2014. Já a Nissan está a perder mais de 7%, no mercado alemão, igualmente para mínimos de 2014.

 

A Reuters realça que os accionistas da Renault aprovaram, em Junho, um prémio de 7,4 milhões de euros a ser distribuído a Ghosn pelos resultados de 2017. Além deste valor, o responsável terá recebido 9,2 milhões de euros no último ano enquanto presidente executivo da Nissan (2017).

(Notícia actualizada, pela última vez às 14:38 com mais informação)

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