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Carlos Ghosn enfrenta pena de prisão que pode ir até 10 anos se for condenado

Shin Kukimoto, procurador de Tóquio, decidiu abrir uma excepção e dar detalhes sobre o caso do "chairman" da Nissan. O responsável afirma que, caso Carlos Ghosn seja condenado, deve enfrentar uma pena de prisão que pode ir até aos 10 anos.

Hiroto Saikawa é o CEO da Nissan, que decide hoje se avança para a destituição de Carlos Ghosn Reuters
22 de Novembro de 2018 às 10:46
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Os procuradores de Tóquio decidiram dar mais detalhes sobre a possível pena que o "chairman" da Nissan enfrenta, caso seja condenado. Carlos Ghosn foi detido por suspeitas de ter reportado um valor salarial inferior ao que efectivamente recebeu no Japão pelas suas funções na empresa nipónica.

 

"A alegada acusação pode resultar numa pena de prisão de até 10 anos", disse Shin Kukimoto, vice-procurador de Tóquio, numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 22 de Novembro, e citada pela Bloomberg. Esta acusação, disse, "é ainda mais séria do que um caso de ‘insider trading’".

 

Kukimoto recusou, contudo, esclarecer se Carlos Ghosn confirmou ou negou as suspeitas. O "chairman" da Nissan continua detido, num dia em que o conselho de administração da empresa que lidera se reúne para decidir se o vai afastar do cargo. E nem todos estão de acordo.

 

De acordo com a Bloomberg, há pelo menos um membro do conselho de administração da Nissan que não está disposto a votar já a saída de Carlos Ghosn da presidência daquele órgão. É preciso mais pormenores sobre o que levou à detenção do "chairman", disse.

 

Foi no arranque desta semana que o "chairman" da Nissan foi detido por suspeitas de ter declarado rendimentos inferiores aos que efectivamente auferiu, depois de uma investigação realizada pela própria Nissan. Mas também de ter usado alegadamente dinheiro da empresa para fins pessoais.

 

A Nissan revelou as suspeitas através de um relatório, depois de uma investigação nos últimos meses. "A investigação mostrou que ao longo de vários anos Ghosn e Kelly declararam rendimentos inferiores aos valores reais à Tokyo Stock Exchange, de forma a reduzir o montante declarado de Ghosn", revelou a Nissan num comunicado, citado pela Reuters.

 

Ghosn é suspeito de ter "escondido" cinco mil milhões de ienes (39 milhões de euros), revelou ainda a publicação japonesa Kyodo, citada pela Bloomberg. Nos últimos anos enquanto CEO da Nissan – 2015 e 2016 – Ghosn auferiu mais de 1.000 milhões de ienes. No Japão, realça a agência financeira norte-americana, Ghosn tornou-se num dos executivos mais bem pagos, mas quando comparado com as remunerações da indústria automóvel mundial este valor representa cerca de metade da média.

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