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Renault diz que demissão na Nissan "não vai ter consequências" em Portugal

A Renault Portugal disse hoje que a demissão por alegada má gestão financeira de Carlos Ghosn do cargo de presidente da Nissan, empresa da qual é parceira, não terá "consequências" na operação do grupo no país.

22 de Novembro de 2018 às 15:37
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"Não comentamos o que está a acontecer. Estamos aqui em Portugal com operações, as operações são portuguesas, são do grupo Renault, não vão ter consequências do que está a acontecer", disse à agência Lusa o director-geral da Renault Portugal, Fabrice Crevola (na foto).

 

Falando à margem do lançamento oficial da Fundação Grupo Renault Portugal, que decorreu no campus da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em Carcavelos, no concelho de Cascais, o responsável acrescentou: "Depois o futuro dirá o que vai acontecer, mas não vamos comentar".

 

E vincou que "obviamente" que o funcionamento da Renault Portugal não será afectado.

 

Na segunda-feira, o até então presidente do grupo Nissan e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, Carlos Ghosn, foi detido em Tóquio por alegada evasão fiscal, juntamente com o principal colaborador, Greg Kelly.

 

Hoje, o Conselho de Administração do grupo japonês Nissan aprovou por unanimidade a sua demissão do cargo de presidente.

 

A decisão pôs fim a um período de cerca de 20 anos de Ghosn como um dos grandes dirigentes industriais.

 

O Conselho de Administração da Nissan não apontou qualquer nome para a presidência interina, mas os trabalhos da reunião de hoje foram dirigidos por Hiroto Saikawa, que tem sido considerado o provável escolhido.

 

Com 10,6 milhões de carros vendidos em 2017, a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi alcançou pela primeira vez a liderança mundial do setor, batendo os seus mais directos concorrentes: Volkswagen (10,54 milhões), Toyota (10,47 milhões) e General Motors (9,6 milhões).

 

No ano passado, a Nissan vendeu 5,81 milhões veículos, a Renault 3,76 milhões e a Mitsubishi 1,03 milhões.

 

Em 2017, a aliança franco-japonesa alcançou 5,7 mil milhões de euros em sinergias (economias de escala), superando a meta estabelecida para 2018.

 

Desde 2014, os três fabricantes de automóveis partilham sectores de engenharia, produção e logística, compras e recursos humanos, com Ghosn a deter a presidência da aliança.

 

Em Portugal, a Renault emprega 2.000 pessoas, criando ainda 1.700 postos de trabalho indirectos, dispondo de 59 postos de venda, num volume de negócios total de 1,2 mil milhões de euros.

 

A Fundação Grupo Renault Portugal, criada em maio e hoje oficializada, actuará em áreas como a mobilidade sustentável, a segurança rodoviária, a educação e a diversidade na integração de pessoal.

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