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Nissan prevê lucros anuais mais baixos em seis anos
A Nissan reviu em baixa as suas previsões de lucros para o exercício que finda em março e antecipa um resultado que será o mais baixo desde 2013. A fabricante automóvel revelou que contabilizou um custo de cerca de 74 milhões de euros relativo aos salários do ex-presidente da empresa, Carlos Ghosn, detido desde novembro.
A Nissan reviu esta terça-feira em baixa as suas previsões de lucros para o exercício que finda em março e antecipa um resultado que será o mais baixo desde 2013. A quebra deve-se a um decréscimo das vendas, assinala a fabricante automóvel.
Adicionalmente, a empresa revelou que contabilizou um custo de cerca de 74 milhões de euros devido aos salários do ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, detido desde novembro por suspeitas de prestação de falsas informações ao mercado quanto às suas remunerações e uso indevido de dinheiro da empresa.
Este valor corresponderia ao menor lucro operacional da fabricante nipónica desde 2013.
A empresa justifica esta revisão com a estimativa de uma quebra de 5,5% nas vendas mundiais, afectadas em particular pela China, o seu maior mercado, e os EUA.
O CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, sublinhou que a empresa não irá tentar atingir as metas de vendas através de descontos.
"Apenas conseguimos atingir 60 a 70% dos objetivos de vendas mundiais no final do terceiro trimestre", referiu.
A Nissan estima agora encerrar o ano fiscal com 5,6 milhões de veículos vendidos em todo o mundo, abaixo da meta anteriormente avançada de 5,93 milhões de unidades.
No que respeita à China, a marca ainda prevê um crescimento das vendas, mas mais modesto, apontando para 1,56 milhões de veículos vendidos contra a anterior meta de 1,7 milhões. Já no mercado dos Estados Unidos, a Nissan antecipa uma quebra de 8,6% face às vendas em 2017, para 1,46 milhões de viaturas.
Em Portugal, a Nissan aumentou as vendas em 14,5% em 2018, para 15.553 veículos.
Provisão de 74 milhões devido a Ghosn
A Nissan indicou ter reconhecido cerca de 74 milhões de euros em despesas adicionais relativas aos pagamentos efectuados ao ex-presidente, Carlos Ghosn, entre 2010 e 2018 e que terá reportado rendimentos inferiores aos efectivamente auferidos.
Apesar de existir a possibilidade de um tribunal japonês ordenar à Nissan que pague aquele montante a Ghosn, Saikawa referiu que é "improvável" que a despesa seja realizada.
Carlos Ghosn, detido desde 19 de novembro no Japão, nega as acusações.