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Ghosn demitiu-se da liderança da Renault

A Renault terá já esta quinta-feira uma reunião do conselho de administração para substituir Ghosn, o que de acordo com o Wall Street Journal representa um passo para manter uma relação sustentável com a Nissan.  

24 de Janeiro de 2019 às 07:51
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Mais de dois meses depois de ter sido detido devido a alegadas fraudes cometidas na Nissan, Carlos Ghosn demitiu-se do cargo de CEO e chairman da Renault, anunciou o ministro das Finanças francês.

 

"Carlos Ghosn demitiu-se na noite passada", disse Bruno Le Maire à Bloomberg TV, durante uma entrevista no World Economic Forum em Davos. Agora é a altura de definir e colocar uma nova liderança" na Renault, disse o ministro.

 

A Renault terá já esta quinta-feira uma reunião do conselho de administração para substituir Ghosn, o que de acordo com o Wall Street Journal representa um passo para manter uma relação sustentável com a Nissan, fabricante nipónica com quem a Renault tem uma aliança de duas décadas.

 

A reunião terá lugar já esta manhã, sendo que segundo a Reuters em cima da mesa estará a nomeação do antigo líder da Michelin, Jean-Dominique Senard, para o cargo de chairman. Já o vice-CEO, Thierry Bollore, deverá subir para CEO.

 

Ghosn, de 64 anos, é acusado de ter escondido das autoridades tributárias valores milionários acordados com a Nissan desde 2011 e de violar a confiança da empresa ao tentar encobrir perdas financeiras pessoais.

Carlos Ghosn estava à frente da Renault desde 2005, mas está detido no Japão há mais de dois meses. O julgamento, no qual arrisca 15 anos de prisão, não ocorrerá nos próximos meses.

O gestor, ex-líder da aliança automóvel Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, negou perante um juiz as acusações feitas contra ele, na primeira aparição pública após a detenção em Tóquio, a 19 de novembro.

"Eu sou inocente (...) Eu fui acusado injustamente", disse Ghosn. "Eu só tenho amor e gratidão, do fundo do meu coração, à Nissan. Eu dediquei todos os meus esforços à Nissan e levei a cabo os meus deveres de forma justa, correta e legal", insistiu.

Na audiência, solicitada pelos advogados de Ghosn, o juiz leu as acusações e informou que a detenção do ex-responsável da Nissan justifica-se para evitar que este fuja do país e destrua provas.

 

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