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Estados Unidos investigam transparência dos salários executivos na Nissan
A fabricante automóvel que era presidida por Carlos Ghosn, até este ser acusado de não declarar o respetivo salário na íntegra pelas autoridades japonesas, enfrenta agora o escrutínio do regulador norte-americano.
O regulador dos mercados americanos, a Securities Exchange Comission (SEC), abriu uma investigação com o objetivo de apurar se os salários dos executivos da Nissan neste país têm sido corretamente reportados e monitorizados internamente, avança a Bloomberg.
Apesar de o processo não ter ainda sido revelado formalmente, várias fontes confirmaram à agência este procedimento, incluindo a própria Nissan. A fabricante automóvel disse estar a "cooperar integralmente", mas que não poderia avançar mais detalhes.
Os títulos da Nissan reagiram em queda, cedendo 2,7% na bolsa japonesa, a maior quebra intradiária das últimas três semanas.
Os trabalhos do regulador norte-americano foram adiados na sequência de mais de um mês de "shutdown" do Governo norte-americano, uma paralisação que Trump quebrou recentemente. Contudo, se as suspeitas se vierem a revelar fundamentadas, a Nissan pode enfrentar penalizações financeiras ou medidas probatórias de forma a prevenir a infração das regras da SEC.
O escrutínio sobre a fabricante automóvel está a aumentar desde que as autoridades japonesas detiveram Carlos Ghosn, o presidente da Nissan e da Renault, sob acusações de fraude fiscal. Ghosn terá divulgado a respetiva remuneração dezenas de milhões de dólares abaixo do devido. Para além do presidente, também Greg Kelly, que detinha as funções de diretor, foi alvo do mesmo processo no Japão. Ambos negam a veracidade das acusações. Contudo, Ghosn já abdicou das suas funções de líder de forma a salvaguardar os interesses da empresa.