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Investigação da Nissan a Ghosn alargada à aliança com a Renault
A investigação da Nissan a alegadas práticas ilícitas do seu presidente, Carlos Ghosn, está a ser alargada por forma a incluir as finanças da aliança Renault-Nissan.
A investigação da Nissan a alegadas práticas ilícitas do seu presidente, Carlos Ghosn, está a ser alargada por forma a incluir as finanças da aliança Renault-Nissan, noticia esta terça-feira a Reuters.
Segundo as fontes ouvidas pela agência noticiosa, a fabricante nipónica indicou segunda-feira à administração da Renault ter provas de potenciais irregularidades na Renault-Nissan BV, a empresa sediada na Holanda que controla as operações da aliança.
Ghosn e o administrador Greg Kelly foram detidos em Tóquio na segunda-feira.
Entretanto, o ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, instou esta terça-feira a Renault para que substitua temporariamente Carlos Ghosn como presidente e CEO da fabricante automóvel gaulesa. A administração da empresa reúne esta tarde para discutir a nomeação de uma equipa interina para assumir o comando das operações.
Quais são as suspeitas sobre Ghosn?
Numa conferência de imprensa na noite de segunda-feira, em Tóquio, Saikawa revelou que a empresa detectou que Ghosn usou dinheiro da Nissan para fins pessoais e subavaliou os seus rendimentos durante anos nos documentos enviados à Tokyo Stock Exchange.
Segundo a acusação, Ghosn e o administrador Greg Kelly conspiraram para subavaliar os rendimentos de Ghosn durante cinco anos, com início no ano fiscal de 2010, tendo declarado cerca de metade dos rendimentos reais que ascendem a cerca de 10 biliões de ienes (77,5 milhões de euros).
A estação pública japonesa NHK noticiou que a Nissan pagou biliões de ienes para a compra e renovação de casas de Ghosn no Rio de Janeiro, Beirute, Paris e Amesterdão.
Até ao momento, refere a Reuters, Ghosn ainda não foi formalmente acusado pelas autoridades japonesas.
De acordo com a lei japonesa, um suspeito pode ser detido por um período máximo de 20 dias até ser acusado ou libertado. Tsutomu Nakamura, um ex-procurador em Tóquio, prevê que Ghosn seja indiciado a 7 de Dezembro, o ultimo dia útil antes do limite de 20 dias terminar.
A falsificação dos relatórios anuais de uma empresa, um dos crimes de que Ghosn e Kelly são suspeitos, pode resultar numa sentença de 10 anos de prisão e uma multa de até 10 milhões de ienes (77,6 mil euros).