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Draghi abre a porta a mais estímulos e descida de juros

Discurso de Mario Draghi em Sintra está a impulsionar as bolsas europeias, a pressionar o euro e a taxa de juro das obrigações alemãs para um novo mínimo histórico.

18 de Junho de 2019 às 09:43
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O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, admitiu esta terça-feira que o BCE poderá avançar com mais medidas de estímulo para impulsionar a economia e a inflação da Zona Euro, referindo que um novo corte de juros faz parte das ferramentas à disposição da autoridade monetária.

Se as perspetivas económicas não melhorarem e a inflação não recuperar, "serão necessárias medidas de estímulo adicionais", disse o presidente do BCE no seu discurso de abertura dos trabalhos do primeiro dia completo de trabalhos do 6.º Fórum do BCE, que decorre em Sintra.

Draghi, que marca presença no Fórum pela última vez como presidente do BCE, salientou que uma descida de juros "faz parte das ferramentas" que podem ser usadas pelo banco central, bem como um programa de compra de ativos. "Cortes adicionais nas taxas de juros e medidas de mitigação para conter quaisquer efeitos colaterais continuam a fazer parte das nossas ferramentas", reforçou o presidente do BCE.


As palavras de Draghi tiveram impacto imediato nos mercados, com o euro a inverter para terreno negativo, registando uma queda de 0,22% para 1,1193 dólares. Já as bolsas europeias passaram para terreno positivo (Stoxx600 sobe 0,65%), recuperando das perdas registadas no início da sessão. No mercado de dívida soberana a "yield" das obrigações alemãs desce 3 pontos base para -0,275%, o que representa um novo mínimo histórico. A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos também atingiu um mínimo histórico abaixo de 0,60%.  

De acordo com a Bloomberg, no mercado monetário os investidores estão já a prever uma descida de 10 pontos base na taxa de juro de referência do Banco Central Europeu até ao final do ano.

Na última reunião do BCE, o conselho de governadores tinha decidido, por unanimidade, dar o sinal de que os juros vão ficar em níveis historicamente baixos "até durante o primeiro semestre de 2020", mais seis meses do que o previsto anteriormente.

 

Draghi revelou esta terça-feira em Sintra que o conselho de governadores vai nas próximas semanas rever as ferramentas que tem ao dispor para combater os riscos à estabilidade dos preços. "Se a crise mostrou alguma coisa, é que vamos usar toda a flexibilidade no âmbito do nosso mandato para cumprir o nosso mandato - e vamos fazê-lo novamente para responder a quaisquer desafios que se coloquem à estabilidade de preços no futuro", garantiu Mario Draghi esta terça-feira.

 

Na reunião de junho foram vários os membros do conselho do BCE que colocaram em cima da mesa do cenário de corte de juros ou o de retomar o programa de compra de dívida pública, cenários que parecem estar agora a ganhar mais força depois das palavras de Draghi em Sintra.

 

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito estão em 0,00%, 0,25% e −0,40%, respetivamente.

 

A taxa de referência está em mínimos históricos há vários anos e caso seja cortada, irá para terreno negativo, onde já se situa a taxa dos depósitos.

   

(Notícia atualizada com mais informação às 10h58)  

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