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Praet responde a Trump: "BCE não pode ser culpado pela incerteza desencadeada pelo comércio"
O ex-economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) respondeu aos ataques que Donald Trump fez no Twitter após o discurso de Mario Draghi.
À margem do 6.º Fórum BCE, Peter Praet - que há duas semanas abandonou o cargo de economista-chefe - respondeu ao presidente norte-americano que "o Banco Central Europeu não pode ser culpado pela incerteza desencadeada pelo comércio", referindo-se às disputas comerciais entre os Estados Unidos e vários países, incluindo a China e os Estados-membros da União Europeia.
Esta resposta surge depois de Donald Trump ter acusado no Twitter o BCE de colocar o euro com uma vantagem injusta perante o dólar. "Mario Draghi acaba de anunciar mais estímulos, o que imediatamente desvalorizou o euro em relação ao dólar, tornando injustamente mais fácil para eles concorrerem contra os EUA. Fazem-no de forma impune há anos, juntamente com a China e outros", escreveu Trump na sua conta.
Este comentário do presidente norte-americano surgiu após o discurso de abertura de Mário Draghi esta terça-feira, 18 de junho, o primeiro dia de trabalhos do Fórum BCE, em Sintra. O presidente do BCE abriu a porta a "estímulos adicionais", nomeadamente à descida de juros, se as perspetivas económicas não melhorarem e se a inflação não recuperar. Em parte, foi o impacto negativo das tensões comerciais no comércio mundial que fez a economia europeia desacelerar nos últimos meses.
Após estes comentários de Draghi, apesar de estarem em linha com o que tinha sido dito na última reunião de política monetária no início do mês, os mercados reagiram de forma expressiva com o euro a desvalorizar perante o dólar. Foi esse movimento que provocou os comentários de Trump uma vez que com uma divisa "mais fraca", as exportações dos países da Zona Euro ganham competitividade face aos Estados Unidos.
Mas para Peter Praet esse não foi o objetivo destes comentários. Em primeiro lugar porque não foi o BCE ou a Zona Euro a provocar esta desaceleração económica através das tensões comerciais, um dos motivos que leva o banco central a admitir novamente novos estímulos à economia europeia.
Em segundo lugar, o ex-economista-chefe do BCE recordou, em declarações citadas pela Bloomberg, que "os desenvolvimentos da divisa [o euro] não fazem parte do objetivo do BCE".
Além disso, Praet pediu cautela quanto à interpretação da reação de hoje dos mercados, a qual "não deve ser exagerada". "Os mercados não estão a dizer [ao BCE] para agir já, querem é ser tranquilizados", argumentou.
Questionado ainda sobre quem deveria ser o próximo presidente do BCE - o mandato de Draghi termina em outubro -, o ex-economista-chefe disse que a nacionalidade não deveria ser um critério.
Esta resposta surge depois de Donald Trump ter acusado no Twitter o BCE de colocar o euro com uma vantagem injusta perante o dólar. "Mario Draghi acaba de anunciar mais estímulos, o que imediatamente desvalorizou o euro em relação ao dólar, tornando injustamente mais fácil para eles concorrerem contra os EUA. Fazem-no de forma impune há anos, juntamente com a China e outros", escreveu Trump na sua conta.
Após estes comentários de Draghi, apesar de estarem em linha com o que tinha sido dito na última reunião de política monetária no início do mês, os mercados reagiram de forma expressiva com o euro a desvalorizar perante o dólar. Foi esse movimento que provocou os comentários de Trump uma vez que com uma divisa "mais fraca", as exportações dos países da Zona Euro ganham competitividade face aos Estados Unidos.
Mas para Peter Praet esse não foi o objetivo destes comentários. Em primeiro lugar porque não foi o BCE ou a Zona Euro a provocar esta desaceleração económica através das tensões comerciais, um dos motivos que leva o banco central a admitir novamente novos estímulos à economia europeia.
Em segundo lugar, o ex-economista-chefe do BCE recordou, em declarações citadas pela Bloomberg, que "os desenvolvimentos da divisa [o euro] não fazem parte do objetivo do BCE".
Além disso, Praet pediu cautela quanto à interpretação da reação de hoje dos mercados, a qual "não deve ser exagerada". "Os mercados não estão a dizer [ao BCE] para agir já, querem é ser tranquilizados", argumentou.
Questionado ainda sobre quem deveria ser o próximo presidente do BCE - o mandato de Draghi termina em outubro -, o ex-economista-chefe disse que a nacionalidade não deveria ser um critério.