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Juncker: "É injusto" atacar independência dos bancos centrais

"É injusto atacar a independência dos bancos centrais", afirmou Jean-Claude Juncker.

Reuters
19 de Junho de 2019 às 12:14
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O presidente da Comissão Europeia afirmou esta quarta-feira que "é injusto" atacar a independência dos bancos centrais, depois de o presidente dos EUA ter dito na terça-feira que uma nova descida dos juros daria uma "vantagem injusta" à União Europeia.

"É injusto atacar a independência dos bancos centrais", afirmou Jean-Claude Juncker na sua intervenção no Fórum do Banco Central Europeu (BCE), que termina hoje em Sintra.

A declaração do presidente da Comissão Europeia ocorre depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito na terça-feira que uma nova descida das taxas de juro do BCE daria uma "vantagem injusta" à União Europeia (UE) face aos Estados Unidos, considerando essa eventual descida como uma manobra para fazer subir a taxa de câmbio do euro em relação ao dólar e assim impulsionar as exportações europeias.

"Mario Draghi acaba de anunciar que podem vir novas medidas para estimular a economia (europeia), o que fez imediatamente cair o euro face ao dólar, dando-lhes uma vantagem injusta na concorrência com os Estados Unidos", disse Trump, na rede social Twitter.

Os europeus "fazem isso impunemente há anos, com a China e outros", escreveu ainda, acrescentando que "os mercados europeus subiram após os comentários (injustos para os Estados Unidos) feitos hoje por Mario D!".

As declarações de Donald Trump no Twitter seguiram-se ao discurso de Mario Draghi, que anunciou na terça-feira de manhã, no Fórum do BCE, em Sintra, que a instituição avançará com estímulos adicionais, que podem ser decididos nas próximas semanas, nomeadamente mais compras de ativos e cortes adicionais nos juros, se a inflação não recuperar na zona euro.

Durante a tarde de terça-feira, o presidente do BCE afirmou que a instituição não define um objetivo para a taxa de câmbio euro/dólar.

"O nosso mandato é da estabilidade de preços, de uma inflação de perto, mas abaixo de 2% no médio prazo. Disse [de manhã] que estamos prontos para usar todos os instrumentos necessários para cumprir o nosso mandato e não temos um objetivo para a taxa de câmbio", afirmou Mario Draghi, quando instado a responder, no Fórum do BCE, em Sintra, às declarações de Donald Trump.
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