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Trump terá tentado travar investigação do FBI às suas ligações com a Rússia

O presidente norte-americano terá pedido a dois dos principais responsáveis de segurança dos EUA para o ajudarem a travar a investigação do FBI às ligações da sua campanha à Rússia, de acordo com o Washington Post.

Em Portugal, os primeiros cinco meses do ano foram de um optimismo irritante. Lá fora, Donald Trump, continua na crista da onda, embora nem sempre pelas melhores razões. 2017 promete.
23 de Maio de 2017 às 09:50
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Depois de o ex-director do FBI James Comey ter assumido, na Câmara dos Representantes, que estava a investigar as ligações entre a campanha de Donald Trump e o governo russo, na corrida para as eleições de Novembro do ano passado, o presidente norte-americano terá pedido a dois dos principais responsáveis de segurança dos EUA para o ajudarem a travar a investigação, escreve o Washington Post. Tudo isto antes de demitir James Comey.

 

Donald Trump pediu ao director nacional dos serviços de informação, Daniel Coats, e ao director da Agência de Segurança Nacional (NSA), Michael Rogers, para negarem publicamente a existência de qualquer ligação entre os membros da sua equipa para a campanha eleitoral e os russos, em 2016. De acordo com o mesmo jornal, que cita quatro responsáveis americanos – dois deles no activo – sob anonimato, tanto Coats como Rogers rejeitaram o pedido de Trump, que qualificaram de inapropriado.

 

James Comey, então director da Agência Federal de Investigação (FBI, no acrónimo original), admitiu, numa audição no comité dos serviços de informação da Câmara dos Representantes, a 20 de Março, que o FBI estava a investigar "a natureza de quaisquer ligações entre indivíduos associados à campanha de Trump e ao governo russo" e se "existiu alguma coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia".

 

A conversa de Trump com o director da NSA ficou registada num memorando interno, escrito por um funcionário sénior da agência, de acordo com as fontes do Washington Post. Não foi possível perceber se o gabinete do director nacional dos serviços de informação fez o mesmo. Os responsáveis ouvidos pelo jornal americano dizem que esses documentos podem ser consultados pelo conselheiro responsável pela investigação à Rússia e pelos congressistas que estão a estudar o mesmo tema.

 
"Chocante abuso de poder"

"O problema não foi pedir-lhes que fizessem comunicados, foi pedir-lhes que apresentassem falsas declarações sobre uma investigação em curso", observou um antigo responsável ligado aos serviços de informação, sobre o pedido a Coats. Já o antigo conselheiro-geral da CIA, Jeffrey H. Smith, afirmou ao Washington Post que este comportamento de Trump se assemelha ao de Richard Nixon, quando este tentou utilizar a CIA "para travar a investigação do FBI à entrada forçada no [edifício] Watergate por razões de segurança nacional".

O escândalo Watergate, que envolveu a instalação de escutas na sede do Partido Democrata por parte da campanha do republicano Nixon, levou à destituição do então presidente.

 

As acções de Trump são um "chocante abuso de poder", acrescentou Jeffrey H. Smith.

 

Fontes da Casa Branca dizem que as declarações de Comey irritaram Trump, que depois passou a apelidar as investigações do FBI e do Congresso às suas ligações à Rússia como "caça às bruxas". O presidente norte-americano acabaria por demitir James Comey a 9 de Maio.

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