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Ex-conselheiro de Trump recusa entregar documentos pedidos pelo Senado
Michael Flynn, ex-conselheiro para a segurança nacional do Presidente norte-americano, recusou entregar ao Senado documentos exigidos no âmbito da investigação à alegada interferência russa nas eleições presidenciais ganhas por Donald Trump em 2016.
Numa carta dirigida à comissão encarregada da investigação, os advogados de Michael Flynn (na foto) invocam a 5.ª emenda da Constituição dos Estados Unidos, que confere aos cidadãos o direito de não responderem quando as respostas os possam incriminar.
Os representantes de Flynn afirmam que há uma "crescente histeria pública" contra o ex-conselheiro, general aposentado do Exército norte-americano, mas garantem que a recusa não significa uma admissão de culpa.
"O contexto no qual a comissão pede ao general Flynn que apresente os documentos torna claro que deve estar apreensivo em relação ao seu testemunho poder ser usado contra si", lê-se numa carta revelada pela Associated Press.
Donald Trump nomeou Flynn como seu principal conselheiro para a segurança nacional em Janeiro passado mas acabou por aceitar a sua demissão ao fim de menos de um mês.
Especialistas ouvidos pela Associated Press consideraram que Flynn só entregará alguma coisa quando tiver garantia de imunidade. Donald Trump apoia essa imunidade, declarando que Flynn enfrenta uma "caça às bruxas".
A 20 de Fevereiro Trump nomeou o tenente-general H. R. McMaster seu novo assessor de Segurança Nacional, depois da renúncia de Michael Flynn devido aos contactos com russos sobre as sanções a Moscovo.
O tenente-general reformado Flnyn tinha apresentado a sua demissão a 13 de Fevereiro. A polémica em torno de Flynn surgiu quando, uns dias antes, o The Washington Post noticiou que o conselheiro de Trump tinha falado – durante contactos telefónicos com representantes russos, nomeadamente o embaixador russo nos EUA, Serguei Kislyak – sobre as sanções impostas pelos EUA à Rússia na sequência da anexação unilateral da Crimeia pela Rússia em 2014.
Flynn começou por negar esses factos, sendo depois acusado de mentir quando admitiu que o tema das sanções poderia ter surgido durante os telefonemas – alguns dos quais feitos ainda durante a campanha de Trump para as eleições presidenciais de 8 de Novembro de 2016.
Por esse facto, Flynn pediu desculpas ao vice-presidente Mike Pence [que o tinha defendido em várias ocasiões a respeito desta polémica], reconhecendo que lhe tinha fornecido "informação incompleta" sobre essas conversas. O tenente-general achou então, por bem, apresentar a sua demissão, que foi aceite por Trump.