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Obama aconselhou Trump a não contratar general Flynn como conselheiro

O ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama aconselhou o seu sucessor, Donald Trump, a não contratar Michael Flynn como seu conselheiro de Segurança Nacional, segundo fontes próximas do antigo chefe de Estado citadas por cadeias de televisão.

Antes de ser conselheiro  de Segurança Nacional, Michael Flynn, general de três estrelas e antigo responsável dos serviços secretos no Pentágono, teve encontros com o embaixador russo, Sergey Kislyak. Encontros cujo teor não passou por completo ao vice-presidente, Mike Pence, quando este o convidou para o cargo, segundo o Departamento de Justiça. Na demissão, pediu desculpa ao Presidente e ao vice-presidente por os ter induzido em erro com 'informação incompleta'. Foi a primeira demissão de peso na equipa de Donald Trump, que ainda não está completa. O seu substituto, o tenente-general HR McMaster, foi anunciado na segunda-feira.
reuters
08 de Maio de 2017 às 23:44
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A advertência – conhecida esta segunda-feira pela primeira vez, depois de a NBC e a CNN citarem fontes próximas de Barack Obama – foi feita apenas 48 horas depois de Trump ter ganho as eleições de 8 de Novembro passado, durante uma reunião entre ambos, realizada na sala oval da Casa Branca, a residência do Presidente dos Estados Unidos, em Washington.

 

Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, comentou hoje o assunto durante a sua conferência de imprensa diária e disse ser certo que Obama fez a saber a Trump que "não era propriamente um adepto do general Flynn".

 

Spicer disse ainda que se Obama estava "verdadeiramente preocupado" com Michael Flynn, poderia ter tomado medidas, como a retirada de autorização para aceder a informação classificada, que obteve quando começou a trabalhar para a sua administração.

 

O próprio Donald Trump frisou hoje, na sua conta pessoal na rede social Twitter, que Flynn recebeu essa autorização da administração Obama, apesar de ter realizado trabalhos pagos para governos estrangeiros.

 

Trump acrescentou que os meios de comunicação social "raramente gostam de falar disso", numa alusão ao facto de Flynn ter recebido autorização para aceder a documentos classificados durante a presidência de Barack Obama.

 

Flynn teve que se demitir em Fevereiro por causa das conversações que manteve, em finais do ano passado, com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergey Kislyak, sobre as sanções impostas pela administração Obama a funcionários dos serviços de informação russos pela sua alegada ingerência nas eleições presidenciais de 2016.

 

O ex-general Flynn mentiu ao vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e a outros altos cargos do Governo de Trump sobre o conteúdo das conversações com o embaixador russo, garantindo que tinha falado sobre férias e não sobre sanções à Rússia.

 

Segundo a televisão NBC, que citou três antigos funcionários da administração Obama, o ex-presidente advertiu Trump de que Flynn tinha mantido contactos duvidosos com a Rússia durante o seu mandato e aconselhou o seu sucessor a não nomear o ex-general para "um cargo de alto nível".

 

Em 2012, Barack Obama nomeou a Flynn para dirigir a Agência de Inteligência de Defesa (DIA), cargo que abandonou prematuramente em 2014.

 

Segundo fontes que trabalharam na DIA, Flynn foi despedido pela sua caótica gestão da agência, mas o ex-general diz que o problema foi ter-se negado a alinhar pela linha oficial da Casa Branca e ter fortes discrepâncias relativamente à política externa de Obama.

 

A revelação sobre as advertências de Obama a Trump surge no mesmo dia em que estava prevista a audição, numa subcomissão do Senado, da antiga Procuradora Geral adjunta Sally Yates, como testemunha chave da investigação que o FBI e o Congresso norte-americano estão a realizar às alegadas relações entre o Kremlin e a campanha de Trump.

 

Yates, que foi Procuradora Geral durante 10 dias, falou hoje pela primeira vez sobre as advertências feitas à Casa Branca, em Janeiro, sobre as relações de Flynn com a Rússia e as conversações que o ex-general manteve com o embaixador russo em Washington, nas quais teriam sido feitas revelações que o tornariam vulnerável a eventuais chantagens por parte do Kremlin.

 

A audição de hoje forma parte de um conjunto de sessões públicas e à porta fechada que estão a ser promovidas pelo Senado e pela Câmara dos Representantes sobre a possível ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, para determinar se houve algum tipo de coordenação entre o Kremlin e a campanha de Trump, frente à candidata democrata derrotada Hillary Clinton. 

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