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Demissão de Flynn foi uma decisão de Trump motivada por "erosão de confiança"

O porta-voz da Casa Branca revelou que a demissão de Michael Flynn do cargo de conselheiro para a Segurança Nacional foi decidida por Donald Trump devido a uma "erosão da confiança" no general.

Reuters
14 de Fevereiro de 2017 às 19:57
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Não se tratou de uma "questão legal" mas de uma "questão de confiança", garantiu Sean Spicer, actual porta-voz da Casa Branca, justificando a demissão do general Michael Flynn do cargo de conselheiro da administração norte-americana para a Segurança Nacional.

 

Em conferência de imprensa realizada esta terça-feira, 14 de Fevereiro, Sean Spicer afiançou que a demissão de Flynn foi decidida pelo próprio presidente americano, Donald Trump, e foi tomada na sequência da "erosão de confiança" verificada nas últimas semanas relativamente ao general também conhecido por Mike Flynn.

 

Esta garantia repetida por Spicer contraria a versão dada também esta terça-feira, em diferentes programas de televisão, pela secretária de imprensa da Casa Branca, Kellyanne Conway, que assegurou diversas vezes que foi Mike Flynn a apresentar a sua demissão por considerar que se tinha tornado num elo fraco para a presidência Trump.


"Falei com o presidente esta manhã. Ele pediu-me para falar em seu nome e reiterar que Mike Flynn se demitiu", assegurou esta manhã a secretária de imprensa citada pela CNN.

 

A polémica em torno de Mike Flynn foi desencadeada depois de o Washington Post ter noticiado que este general havia mantido contacto com responsáveis do Kremlin, entre os quais o embaixador russo junto das Nações Unidas, acerca das sanções americanas que pendem sobre a Rússia.

A gravidade desta notícia acentuou-se na medida em que Mike Flynn é conhecido pela proximidade em relação a Moscovo, defendendo políticas pró-russas e surgindo com regularidade em programas da estação televisiva estatal russa RT. Flynn defende o levantamento das sanções impostas por Washington a Moscovo na sequência da anexação unilateral da Crimeia pela Rússia em 2014. Ao longo da campanha também Trump falou sobre o eventual levantar das sanções, aludindo à importância de desanuviar das relações russo-americanas. 

 

Alegadamente estas conversações terão ocorrido antes ainda de Donald Trump ter tomado posse como 45.º presidente dos EUA, o que, a confirmar-se, é ilegal à luz das leis americanas. Sendo que nas respostas aos jornalistas, Spicer fez questão de frisar que na origem da demissão de Flynn estão questões de "confiança" e não "legais".

 

Ainda segundo o Washington Post, foi o Departamento de Justiça que, em Janeiro, avisou a administração liderada por Trump para as declarações falsas proferidas pelo Flynn sobre as conversas com o embaixador russo, que alertou ainda para a posição de fragilidade do general uma vez que poderia ser alvo de chantagem da parte de Moscovo.

 

Segundo a imprensa americana, Flynn transmitiu informações falsas ao vice-presidente americano, Mike Pence, sobre as conversas tidas com responsáveis russos. Fonte não identificada da Casa Branca avançara entretanto que Flynn tinha pedido desculpa a Pence admitindo que a questão das sanções possa ter vindo à baila durante as chamadas telefónicas mantidas com o diplomata russo. 

Sean Spicer confirmou que Trump já tinha sido informado, há semanas (desde 26 de Janeiro), de que Flynn poderia ter tentado iludir a Casa Branca, notando que o presidente americano não demitiu o general mais cedo devido a "questões de segurança" e com o objectivo de "apurar a verdade". Spicer acrescentou que a prioridade inicial para Trump foi perceber "se havia alguma questão legal".

Porém, estas garantias também contradizem, aparentemente, as afirmações feitas por Trump na sexta-feira passada, a bordo do avião presidencial Air Force One. Então questionado sobre a hipótese de Flynn não ter dito a verdade sobre as conversas com o embaixador russo na ONU, Trump garantiu não saber nada sobre esse tema.

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