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Trump pediu "lealdade" mas director do FBI ofereceu-lhe apenas "honestidade"

Donald Trump exigiu ao ex-director do FBI James Comey "lealdade" quando chegou à Casa Branca, mas este apenas lhe ofereceu "honestidade", o que ter-lhe-á custado o cargo, escreve hoje o New York Times.

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12 de Maio de 2017 às 07:35
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Essa conversa teve lugar durante um jantar privado uma semana depois da tomada de posse, em 20 de Janeiro, de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, segundo explicou James Comey a alguns colegas seus que, após o despedimento falaram ao jornal norte-americano sob a condição de anonimato.

 

Segundo essas fontes, num determinado momento da conversa, depois de se gabar da sua vitória nas eleições e das "multidões" que juntava nos seus comícios, Trump pediu a Comey que lhe "jurasse lealdade", o que Comey negou, prometendo-lhe, em vez disso, que seria sempre "honesto" com ele, embora insistindo que não seria "de fiar" no sentido político do termo.

 

Insatisfeito com a resposta, Trump instou-o mais duas vezes a jurar-lhe lealdade, mas Comey não cedeu, sempre de acordo com a versão do ex-director do FBI relatada por colegas ao New York Times.

 

Comey acredita agora que esse jantar foi "um presságio da sua queda", segundo o jornal nova-iorquino.

 

Sarah Huckabee Sanders, uma porta-voz da Casa Branca, disse ao diário que a versão do ex-director do FBI não é um "relato preciso" do que sucedeu no referido jantar e que o Presidente dos Estados Unidos nunca lhe exigiria "lealdade pessoal", mas sim lealdade ao povo e à pátria.

 

Trump despediu Comey na terça-feira sob o argumento de que geriu mal a investigação contra Hillary Clinton pelo uso de contas privadas de correio electrónico quando era secretária de Estado em comunicações com informação classificada como confidencial.

 

Não obstante, o despedimento gerou uma grande controvérsia, dado que Comey liderava a investigação às alegadas relações entre a equipa de campanha eleitoral de Donald Trump e o Governo da Rússia.

 

Na quinta-feira, numa entrevista à televisão NBC, Trump afirmou sempre ter tido a intenção de despedir o director do FBI, o qual descreveu como "um gabarola, um fanfarrão".

 

A decisão do Presidente dos Estados Unidos de demitir o chefe do FBI suscitou uma onda de indignação particularmente entre os representantes do Partido Democrata e colunistas de opinião na imprensa norte-americana.

 

O Partido Democrata chegou mesmo a comparar o episódio à tentativa de encobrimento feita pelo Presidente Richard Nixon no caso Watergate.

 

O despedimento do director do FBI -- algo que só tinha acontecido uma vez na história dos Estados Unidos -- teve lugar um dia antes de Donald Trump receber na Casa Branca o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.


Despedimento inapropriado

 

A maioria dos norte-americanos (54%) considerou inapropriada a decisão do Presidente dos Estados Unidos de despedir o director da polícia federal (FBI), James Comey, indicou uma sondagem divulgada na quinta-feira pela cadeia televisiva NBC.

 

A sondagem indicou também que 46% dos inquiridos disseram acreditar que o verdadeiro motivo da demissão foi a investigação, liderada por James Comey, às alegadas relações entre a equipa de campanha eleitoral de Donald Trump e o Governo da Rússia.

 

A Casa Branca garantiu que a demissão deveu-se à gestão do caso dos e-mails da antiga candidata presidencial democrata Hillary Clinton.

 

Apenas 24% dos norte-americanos apoiaram a versão oficial do Governo, enquanto 22% consideraram existir outro motivo por detrás da decisão, de acordo com a sondagem, realizada pela firma SurveyMonkey.

 

Entre os eleitores democratas, dois terços (67%) disseram acreditar que a razão verdadeira foi a investigação sobre as ligações da campanha de Trump com a Rússia, enquanto apenas 13% afirmaram confiar na versão oficial.

 

Menos de metade (43%) dos eleitores republicanos acreditaram no argumento da Casa Branca, ao passo que 22% consideraram que a investigação do FBI à alegada ingerência russa nas eleições presidenciais foi o motivo real.

 

Entre os republicanos inquiridos, 79% consideraram que o despedimento foi adequado, contra 83% dos democratas que o rejeitaram.

 

O inquérito da SurveyMonkey, realizado 'online' na quarta e na quinta-feira, contou com uma amostra de 3.746 pessoas e tem uma margem de erro de 2,5%.

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