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Trump diz que FBI lhe garantiu "três vezes" que não estava a ser investigado
Em causa as possíveis ligações entre a campanha Trump e a Rússia no período pré-eleitoral, que o FBI estaria a investigar. O presidente admitiu ter perguntado por três vezes ao director demitido, James Comey, sobre o seu próprio envolvimento.
O presidente norte-americano revelou ter questionado, por três vezes, o antigo director do FBI James Comey (que entretanto demitiu) sobre se ele próprio estaria a ser investigado por aquele gabinete federal sobre as suas ligações com a Rússia e que lhe foi garantido que essa investigação não existia.
"De facto perguntei-lhe", admitiu Donald Trump em entrevista à cadeia de televisão NBC News esta quinta-feira, 11 de Maio, especificando que o fez uma vez durante um almoço e duas vezes pelo telefone. "E disse: se for possível, podia dizer-me? (…) E ele respondeu: 'Não está sob investigação'."
A estação de televisão frisa que não é habitual que um presidente questione directamente o FBI sobre se é alvo de investigação nem que o gabinete federal confirme ou negue a existência dessa investigação.
Donald Trump demitiu esta terça-feira o director da polícia federal norte-americana, o FBI. O afastamento foi justificado pelo facto de Comey não ter feito um "bom trabalho" na investigação ao uso de contas de e-mail pessoal de Hillary Clinton em troca de mensagens sensíveis quando esta era secretária de Estado.
O presidente insistiu que já estava a pensar demitir Comey, antes mesmo de o procurador-geral Rod Rosenstein lhe ter enviado um memorando onde apontava nesse sentido. E responsabilizou o ex-director pelo "tumulto" vivido na agência federal desde há menos de um ano para cá, situação de que "não recuperou".
Mas o afastamento de Comey tem sido interpretado pelos democratas como forma de perturbar a investigação que o FBI tem em curso para tentar apurar se a campanha presidencial de Donald Trump foi de alguma forma favorecida pela intervenção da Rússia. "Se a Rússia fez alguma coisa, eu quero sabê-lo," garantiu, negando qualquer conluio com Moscovo no período pré-eleitoral.
"[Comey] estava a liderar uma investigação em curso sobre a existência de ligações entre a campanha de Trump e o governo russo, e de que forma terá havido uma coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia para interferir na nossa eleição, afirmou por seu lado o senador democrata Mark Warner.
O líder da minoria Democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu a nomeação de um procurador especial para investigar o caso e que se isso não acontecer (ao contrário do que sucedeu com Nixon no caso Watergate) os americanos terão razões para pensar que o afastamento de Comey é uma manobra para "encobrir" algo.