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Advogados de Trump vão intentar acção contra Comey por fuga de informação e imprecisões

James Comey, o ex-director do FBI que foi demitido pelo presidente norte-americano, foi ouvido ontemno Senado sobre as alegadas relações de Donald Trump com a Rússia. Trump diz que Comey tinha já passado informações ao The New York Times sobre as conversas entre os dois.

Reuters
09 de Junho de 2017 às 20:00
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James Comey, ex-director do FBI que foi demitido por Donald Trump, esteve ontem numa audição perante o Senado norte-americano e disse que foi afastado por se recusar a largar as investigações sobre as ligações da Administração Trump à Rússia, mas não acusou o presidente de obstrução à Justiça.

 

Perante o testemunho de Comey, Trump chamou-lhe hoje de "bufo" e anunciou uma conferência de imprensa para as 14:45 locais [19:45 de Lisboa].

 

Nesta conferência, o presidente dos EUA avançou que os seus advogados irão intentar uma acção em tribunal contra Comey. Isto porque aquilo que foi dito ontem – e que já tinha sido antecipado pela imprensa na véspera – corresponde ao que o The New York Times tinha já noticiado a 16 de Maio, pelo que Trump acusa o ex-director do FBI de fuga de informação sobre conversas mantidas com o presidente do país.

 

Na audição de quinta-feira, Comey falou sobre nove conversas que manteve com Trump desde que a nova Administração foi empossada, a 20 de Janeiro. E salientou que que, num jantar decorrido a 27 de Janeiro, Trump lhe disse: "preciso de lealdade e espero lealdade", tendo Comey respondido que só poderia prometer "honestidade".

 

Entretanto, sobre a reunião de 14 de Fevereiro, Comey disse que Trump lhe pediu para "deixar passar" a investigação ao seu ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn – coisa que o ex-director do FBI não fez, o que gerou especulação sobre poder ser essa a razão para o seu afastamento.

 

"Ele é um bom tipo. Espero que possa deixar isto passar", terá Trump dito a Comey. Esta informação veio assim confirmar o que o The New York Times já tinha avançado a 16 de Maio, citando um memorando desta mesma reunião.

 

E é precisamente aqui que está a grande questão. Os advogados de Trump dizem que Comey, ao ter passado esta informação ao NYT, incorreu num crime que configura fuga de informação confidencial.

Outra questão diz respeito às datas. Comey terá dito que passou a informação ao NYT no dia 16 de Maio, depois de um tweet de Trump a 12 de Maio, que considerou ameaçador, e que o instava a apresentar gravações das conversas entre os dois. Acontece que os advogados dizem que a 11 de Maio já o jornal dava indícios de estar na posse daquela informação e que, se assim for, há muitas imprecisões nas declarações do ex-director do FBI.


(notícia actualizada às 20:41)

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