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Quem é o homem que vai ser número dois de Trump

Mike Pence, multimilionário conservador, abertamente contra o aborto e contra o casamento gay, com grande experiência política como congressista e governador do Estado de Indiana. Eis o homem que Donald Trump escolheu para seu vice-presidente.

Reuters
09 de Novembro de 2016 às 17:17
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Uma das propostas de Trump passa por alterar a legislação actual no sentido de o vice-presidente dos Estados Unidos poder passar a ter poderes que hoje em dia são exclusivos de um Presidente. O novo residente da Casa Branca não é muito claro no que pretende, mas esta opção faz prever a importância que terá na equipa o seu número dois. Ainda mais porque Mike Pence é um político experiente, com uma bagagem que falta ao próprio presidente e que faz dele uma preciosa peça no novo xadrez presidencial.  

 

Pence tem no currículo mais de uma dezena de anos no Congresso e é governador do Estado de Indiana desde 2013. Homem discreto, relativamente desconhecido das grandes massas até ter sido convidado para vice de Trump, apresenta-se a si próprio como "um cristão, um conservador e um republicano, nesta ordem". Uma descrição, portanto, que há-de ter rendido votos na ala evangélica do eleitorado republicano.

 

Aos 57 anos, o seu estilo calmo e ponderado contrasta com o tom explosivo do novo Presidente e faz o papel de contraponto de que este tanto precisa. Comparado com Trump, é um moderado e a sua presença na campanha foi preciosa para o candidato republicano. Tanto que não falta quem admita que, com mudanças na lei ou sem elas, Mike Pence terá um papel fundamental na governação do país.

 

Advogado de formação, casado e com três filhos, o futuro vice é intransigente sobre questões como o aborto e o casamento homossexual. Profundamente religioso, foi com ele como governador que o Estado de Indiana fez aprovar em 2015 uma lei de liberdade religiosa – o Religious Freedom Restoration Act – que estipula que o Governo e as lei estaduais não podem restringir as capacidades de os cidadãos, instituições ou empresas seguirem as suas crenças religiosas. Basicamente, a nova lei abria as portas a que, por exemplo, comerciantes ou prestadores de serviços se pudessem recusar a atender clientes gays invocando, precisamente, as suas convicções religiosas. Perante a forte contestação que se fez sentir, o governador acabaria por recuar e a versão final da lei acabaria por ser suavizada.

 

No início da campanha, ainda nas primárias, Pence estava abertamente do lado da candidatura do ultraconservador Ted Cruz. Quando Trump o escolheu para número dois, em Julho passado, quando ainda nem sequer estava confirmado como candidato republicano, o governador do Indiana não se fez rogado. E manteve-se de pedra e cal mesmo em momentos polémicos da candidatura, como aconteceu já nos últimos dias, quando foi divulgado um antigo vídeo em que o magnata explicava o que, sendo uma estrela podia e conseguia fazer com as mulheres. Nessa altura, veio a público dizer que "como marido e como pai" se sentia ofendido" e que não podia defender Trump, mas que rezava "pela sua família".

 

E outros episódios houve, como quando Mike Pence veio afirmar que considerava "insultuosa e inconstitucional" uma proposta lançada por Trump para travar a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos como ferramenta para enfrentar o terrorismo.

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