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EUA: Primeiro dia da convenção democrata termina com apelos à união
No primeiro dia da Convenção do Partido Democrata Michelle Obama, Bernie Sanders e Elizabeth Warren marcaram presença para apoiar Hillary Clinton. A mensagem principal foi um apelo à união.
Apelo à união. Foi esta a principal mensagem que saiu do primeiro dia da Convenção do Partido Democrata, que se realizou em Filadélfia (EUA), que contou com a presença da primeira-dama Michelle Obama, com o candidato Bernie Sanders e com a senadora Elizabeth Warren. De acordo com o The New York Times, Bernie Sanders, que foi aplaudido de pé, manifestou aos seus apoiantes o desapontamento por não ter conseguido nomeado pelo partido para se candidatar à presença dos EUA.
Pediu-lhes, ainda assim, que tivessem "uma enorme orgulho" no que tinham alcançado. "Qualquer observador objectivo vai concluir – como base nas suas ideias e liderança – que Hillary Clinton tem de ser a próxima presidente dos Estados Unidos da América", afirmou.
A primeira-dama dos Estados Unidos da América, Michelle Obama, apelou à vitória de Clinton nas eleições presidenciais de Novembro. "Por causa de Hillary Clinton as nossas filhas, e todos os nossos filhos e filhas, tomam por garantido que uma mulher pode ser presidente dos Estados Unidos", disse Michelle Obama, citada pelo The Guardian. "Nesta eleição, não podemos relaxar e esperar que tudo corra pelo melhor. Entre agora e Novembro precisamos de fazer o que fizemos há oito e há quatro anos", acrescentou. "Temos de usar cada grama da nossa paixão e da nossa força e o nosso amor por este país para eleger Hillary Clinton como presidente dos Estados Unidos da América".
Quer Sanders, quer Michelle Obama comentaram as declarações de Donald Trump. Ainda que, a primeira-dama não tenha referido o nome do candidato republicano. "A linguagem de ódio … de figuras públicas na televisão não representa o verdadeiro espírito deste país", defende Michelle Obama, citada pela BBC. "Não desçam ao nível deles. O nosso lema é: quando eles descem, nós subimos", acrescentou.
A primeira-dama apontou ainda que quer que o seu marido, Barack Obama, seja sucedido "por alguém que conheça o trabalho e o tome a sério". "Alguém que entenda que os assuntos da nossa nação não são brancos ou pretos. Não se podem resumir a 140 caracteres", numa alusão à rede social Twitter que apenas permite a utilização de 140 caracteres por mensagem e que é usada inúmeras vezes por Donald Trump. Michelle Obama acrescentou: "A única pessoa em quem confio para essa responsabilidade, a única pessoa que acredito que é realmente qualificada para ser presidente é a nossa amiga Hillary Clinton", afirmou.
Já Bernie Sanders salientou, citado pela mesma fonte, que "enquanto Donald Trump está ocupado a insultar um grupo [de pessoas] a seguir ao outro, Hillary Clinton entende que a nossa diversidade é uma das nossas grandes forças".
Muitos mais foram os intervenientes no encontro desta segunda-feira do Partido Democrata. Uma dessas pessoas foi Karla Ortiz, uma norte-americana de 11 anos, que revelou que tinha medo de chegar a casa da escola e a encontrar vazia. Tem medo que os pais, que imigraram ilegalmente para os EUA, tenham sido deportados.
"Tenho medo que a qualquer momento, a minha mãe e o meu pai sejam forçados a sair", disse Karla Ortiz, durante a convenção democrata, citada pela revista Time. "Questiono-me: e se eu chegar a casa e a encontrar vazia?".
"Quero crescer e ser advogada para que possa ajudar outras famílias como a nossa. Tenho esperança", disse Karla Ortiz, com a mãe, Francisca, ao lado. "[Clinton] quer que eu tenha preocupações de [uma criança] de 11 anos de idade, não o peso do mundo nos meus ombros".