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Desta vez, Trump ameaça retirar os Estados Unidos da OMC

Depois de ter avisado que Washington poderia não corresponder à protecção automática prevista pelo tratado da NATO, agora Donald Trump veio ameaçar retirar os Estados Unidos da Organização Mundial do Comércio (OMC).

2. Donald Trump, candidato republicano à presidência dos EUA
Reuters
25 de Julho de 2016 às 13:13
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O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos ameaçou este domingo retirar o país da Organização Mundial do Comércio (OMC) caso esta se oponha ao plano de Donald Trump de repatriamento de empregos. Em entrevista à NBC, Trump avisou que os Estados Unidos poderiam abandonar a OMC se o seu plano para recuperar fábricas deslocalizadas no México for desafiado.

 

Trump disse mesmo que poderia aplicar uma taxa de imposto de 15% a 35% às empresas norte-americanas que se deslocalizaram para o México e, cita o FT, questionado sobre se tal medida não contraria as disposições do OMC, o multimilionário garantiu que "isso não interessa. Nesse caso renegociamos ou abandonamos [a OMC]. Estes acordos de comércio são um desastre, a OMC é um desastre".

 

O polémico multimilionário deixou também críticas à União Europeia (UE), que garante ter sido criada em grande medida para competir com os Estados Unidos ao nível do comércio internacional. "A razão que justificou a sua união foi criar uma espécie de consórcio para competir com os Estados Unidos", argumentou. 

Trump insistiu assim num discurso antiglobalização e de oposição ao comércio livre que caracterizou a sua campanha para a nomeação enquanto candidato presidencial republicano. Noutras ocasiões Donald Trump já tinha ameaçado retirar os Estados Unidos do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla inglesa) e reforçar as taxas aduaneiras sobre as importações de bens chineses.

 

Nesta curta entrevista Donald Trump reiterou também as afirmações feitas na semana passada a propósito do papel dos Estados Unidos na NATO. Se for presidente dos Estados Unidos, Trump garante que Washington avaliará casuisticamente a cláusula de solidariedade da aliança atlântica que pressupõe que se um Estado da organização for atacado os restantes aliados devem responder em seu auxílio.

 

Tendo em conta que a generalidade dos aliados do Tratado do Atlântico Norte não cumpre a contribuição mínima de 2% do PIB de financiamento da NATO, Trump garante que mesmo accionado o artigo 5 do tratado da aliança atlântica Washington teria de avaliar previamente o cumprimento das contribuições do Estado em causa.

 

"Actualmente, se um país for invadido e não tiver pago toda a gente diz: ‘Ah, mas nós temos um tratado’. Na verdade ele também têm um tratado. É suposto que pague. Temos países no seio da NATO que estão a tirar partido de nós", acusou.

 

As declarações de Trump sobre a aliança atlântica suscitaram a reacção do ainda presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que, numa entrevista concedida à CBS no passado domingo, considerou a posição do candidato republicano sobre a NATO como uma "indicação da sua falta de preparação patente de cada vez que tem de falar de política externa".

 

A resposta de Trump a Obama surgiu, de forma indicreta, via Twitter. Donald Trump agradeceu o apoio à sua candidatura anunciado pelo meio-irmão do presidente norte-americano, Malik Obama. Malik disse "gostar" de Donald Trump "porque fala do coração".

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