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Trump: "Eu sou a vossa voz"

A noite promete ser longa em Cleveland, onde decorre o quarto e último dia da convenção nacional do Partido Republicano, à espera do discurso que marcará o encerramento: o do candidato presidencial Donald Trump. Mas já houve uma "fuga".

Reuters
22 de Julho de 2016 às 00:12
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Donald Trump vai esta noite fazer o discurso de encerramento da convenção do Partido Republicano, que decorre em Cleveland. Depois de muitos altos e baixos nestes quatro dias, é com grande expectativa que se espera pelas palavras do magnata do imobiliário - que foi, ao segundo dia, formalmente nomeado como candidato republicano às eleições nos EUA do próximo dia 8 de Novembro.


O Politico obteve uma cópia do discurso de Trump e sublinha que este se apresentará como um líder que conseguirá "impor a lei e ordem a um país vitimizado pelas empresas corruptas e pelos imigrantes ilegais".


De acordo com a edição online daquele jornal, a palavra de ordem de Donald Trump será: "I am your voice" [Eu sou a vossa voz]. 

O The Washington Post está também a divulgar o discurso, dizendo que tinha embargo mas que este foi furado – pelo que esta publicação decidiu também colocá-lo já online.

"Entrei no cenário político para que os poderosos deixem de conseguir bater naqueles que não podem defender-se. Ninguém conhece o sistema melhor do que eu e é por isso que sozinho conseguirei alinhá-lo", dirá Trump esta madrugada, segundo o "draft" que chegou às redacções da imprensa norte-americana.


O Dia 4 

Esta convenção foi marcada por muitos "acidentes de percurso", havendo já quem a considere a pior de sempre do Partido Republicano.

 

No primeiro dia (segunda-feira, 18 de Julho), os delegados anti-Trump protestaram veementemente contra a sua nomeação, tendo sido bastante ruidosos com o intuito de perturbarem os trabalhos.

 

Ainda na segunda-feira, a mulher de Trump, Melanie Trump, discursou perante os delegados republicanos e as suas palavras geraram algum reboliço, já que foi acusada de ter plagiado partes do discurso proferido pela ainda primeira-dama, Michelle Obama, na convenção dos democratas em 2008 – algo que Melania negou. No dia seguinte, Meredith McIver, que se assumiu como a autora das palavras proferidas por Melania, admitiu ter-se inspirado em Michelle para escrever o discurso.

 

Na terça-feira, o ponto alto do dia foi a nomeação formal de Trump como candidato do partido às presidenciais. Foi um dos seus filhos, Donald Trump Jr., quem fez o anúncio do resultado da votação. Os restantes filhos de Trump - Eric, Ivanka e Tiffany - estavam ao lado do irmão e todos eles gritaram "Nova Iorque, Nova Iorque", terra natal do agora candidato, actualmente com 70 anos.

 

No terceiro dia, quarta-feira, Ted Cruz – que foi adversário de Trump na corrida à nomeação como candidato do partido – recusou dar o seu apoio ao magnata, provocando grande celeuma.

 

"O caótico desenrolar da convenção nacional republicana elevou a parada para Donald Trump enquanto este se prepara para o seu discurso de quinta-feira, durante o qual aceitará a nomeação feita pelo partido", salienta o Los Angeles Times.

 

"Nunca na história das convenções o Dia 4 foi tão importante", declarou ao mesmo jornal Mark McKinnon, conselheiro de George W. Bush durante a sua campanha.

Para Shaun Ireland, delegado republicano do Texas e apoiante de Trump, o discurso de Cruz "apontou o dedo do meio a esta convenção". "Ele provocou estragos", considerou Ireland em declarações ao The Washington Post.

Mas houve outro ponto alto na quarta-feira. Eric Trump, um dos filhos do agora candidato presidencial, mencionou durante o seu discurso uma conversa entre o seu pai e a apresentadora televisiva (bem como produtora, empresária e actriz) Oprah Winfrey.

 

"A senhora Winfrey perguntou certa vez ao meu pai se ele pensava concorrer à presidência dos Estados Unidos", começou por dizer o filho mais novo de Trump. "E qual foi a sua resposta? ‘Só se as coisas ficaram tão mal que eu não tenha outra escolha’". "Bem, senhoras e senhores, esse dia chegou", prosseguiu Eric Trump, citado pelo The New York Times.

 

Nessa entrevista, realizada em 1988, Donald Trump disse a Oprah que provavelmente nunca concorreria à presidência. No entanto, sublinhou na ocasião, "se as coisas ficarem muito más, não ponho essa hipótese totalmente de parte, porque estou verdadeiramente cansado de ver o que está a acontecer ao meu país". 

Para alguns apoiantes de Trump, essa entrevista foi um momento determinante. "O que me convenceu foi quando ele deu esta entrevista a Oprah Winfrey há 20 anos", contou Lorena Syacsure ao The New York Times. "Ele só concorreria ser o país precisasse, não era algo que estivesse no topo da sua lista – já que tem mais a perder do que a ganhar ao concorrer à presidência", acrescentou. 


A introduzir o discurso de Trump esta quinta-feira à noite (madrugada de sexta-feira em Lisboa) estará a sua filha Ivanka. As suas declarações, conforme salienta também a Reuters, "irão encerrar uma convenção que foi boicotada por muitos republicanos de renome, como o nomeado de 2012, Mitt Romney, e membros da família Bush – que deram ao partido os seus dois últimos presidentes".


(notícia actualizada pela última vez à 01:13)

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