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Centeno diz que rigor nas contas públicas é para manter
Ministro das Finanças defende que decisão da Comissão mostra que contas públicas estão numa trajectória sustentável e duradoura e que aumento de capital na Caixa não afectará este caminho.
"Esta é uma boa noticia que demonstra que as contas públicas vão no sentido de uma consolidação que é sustentável e duradoura", disse o governante aos jornalistas em Bruxelas, à margem de um encontro dos ministros das finanças da Zona Euro. Centeno argumentou também que esta decisão "mostra que as políticas do último ano e meio estavam certas".
"Temos de manter uma trajectória de rigor nas contas públicas", afirmou, lembrando o "exercício de revisão da despesa pública" que está em curso.
"Não se trata de saber se temos ou não mais folga", respondeu aos jornalistas, destacando que o "sinal mais importante que se transmite aos portugueses e às empresas é a melhoria das condições de financiamento".
O ministro das Finanças desvalorizou a importância da carta enviada ao executivo comunitário, argumentando que o mais importante são os resultados obtidos na economia, no emprego e na frente orçamental. "Não há nenhuma carta com novas medidas", disse, explicando que na missiva o Governo "reitera os compromissos" que têm norteado as medidas adoptadas pelo Executivo.
Questionado sobre se o registo da injecção de capitalização da Caixa ainda pode vir a afectar as contas públicas, o ministro das Finanças mostrou-se descansado quanto a esta matéria e lembrou que a Comissão Europeia acompanhou o processo de injecção de capital sem ser considerado ajuda de Estado.
"A notação da CGD em termos estatísticos não vai ter nenhum impacto na sustentabilidade e durabilidade da correcção das contas públicas", afirmou.
Centeno destaca reconhecimento externo
O Ministério das Finanças emitiu ao mesmo tempo um comunicado onde diz que "Portugal trabalhou arduamente para alcançar este resultado" e garante que "dará seguimento a este trabalho para melhorar as perspectivas da economia e da sociedade portuguesas".
"Esta decisão é um momento de viragem na medida em que expressa a avaliação da Comissão de que o défice orçamental excessivo de Portugal foi corrigido de forma sustentável e duradoura. A confiança na economia portuguesa começa a ser reflectida pelas instituições internacionais", salienta o ministério sinalizando assim que o reconhecimento externo do esforço nacional.