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Passos fixa metas ao Governo: PIB deve crescer entre 2,5% e 3%

Presidente do PSD satisfeito com fim do PDE, apesar de não concordar com forma como o Governo conseguiu. Passos lembra que esta não é a primeira vez que Portugal sai deste procedimento e que é preciso fazer reformas.

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O líder do PSD defendeu esta segunda-feira que se o Governo quer um crescimento económico que não seja conjuntural tem de fazer reformas. "Não podemos cair na falácia da auto-satisfação", avisou Passos Coelho numa reacção à decisão da Comissão Europeia de retirar Portugal do Procedimento por Défices Excessivos (PDE). 

"O próximo passo tem de ser conseguir um crescimento mais sustentado e claramente acima de 2,5% ou, de preferência, de 3%. Isso exigirá mais do que uma conjuntura favorável", disse hoje, 22 de Maio, na sede do PSD, depois de conhecida a decisão do executivo comunitário.

"Se queremos crescer num patamar acima do que crescemos em média nos últimos quinze anos, teremos de fazer reformas importantes que façam a diferença para futuro", defendeu, lembrando que não é possível "viveremos eternamente dos frutos dessas reformas já realizadas".

"Se não queremos voltar a níveis de crescimento em torno de 1,5% ou 2% quando os efeitos da conjuntura mais favorável se dissiparem, temos de começar a fazer pela vida o quanto antes", alertou, salientando, porém, que, "neste aspecto, já levamos quase dois anos perdidos de adiamento e impasse de reformas importantes, seja do lado da economia, seja do lado do sistema de Segurança Social, por exemplo".

O líder da oposição fixou mais dois objectivos para o Executivo de António Costa, agora que Portugal sai do chamado braço correctivo do Pacto de Estabilidade e Crescimento. 

"O segundo objectivo fundamental é conseguir melhorar a notação de risco do nosso País. Este é um objetivo essencial para poder atrair mais recursos do exterior para o nosso setor produtivo e, com isso, gerar mais inovação e emprego, mais qualificado e melhor remunerado", defendeu.

"O terceiro objectivo, mas não menos importante, é conseguir que todos os outros se articulem de modo a podermos ser mais bem sucedidos no combate às causas das desigualdades, criando uma sociedade aberta e dinâmica que traga mais oportunidades para todos e que seja mais atempada e justa", acrescentou.

Passos cumprimenta Governo apesar das diferenças

Defindos os três objectivos, o líder da oposição deixou um recado ao Governo para que pense menos em eleições. "Para servir os portugueses acima de quaisquer outros interesses, não podemos desperdiçar as oportunidades nem cair na falácia da auto-satisfação ou da auto-suficiência. O país precisa hoje, por parte da maioria que o governa, de menos calculismo eleitoral e de maior arrojo e abertura à mudança e ao reformismo". 

Apesar dos desafios lançados ao Executivo, o líder do PSD não deixou de mostrar satisfação com os resultados hoje alcançados. 

"Trata-se de um resultado pelo qual todos devemos cumprimentar o Governo do país, que assegurou, na condução da política financeira do Estado, as condições que nos qualificam para esta recomendação da Comissão Europeia. Apesar de não subscrever a forma como o Governo lidou a estratégia orçamental e de discordar dos riscos acrescidos que nos trouxe, fico satisfeito por Portugal ter conseguido atingir a meta orçamental a que o país se tinha comprometido", afirmou Pedro Passos Coelho.

Quanto aos riscos, o líder do PSD refere-se aos cortes no investimento, bem como nas áreas sociais como sáude e educação e às cativações a que recorreu para conseguir um défice igual a 2% em 2016.

No entanto, Passos não quis deixar de dar os parabéns aos portugueses a quem coube "a parte de leão no esforço imenso" de recuperação. O presidente do PSD lembrou porém que esta não é a primeira vez que Portugal sai do PDE e defendeu que desta vez tem de ser diferente.

"De facto, Portugal entrou em Défice Excessivo em 2002, depois de ter violado a meta do défice desde 2001. Saímos em 2004, depois de esforços significativos e sacrifícios assinaláveis. Porém, voltámos ao Défice Excessivo em 2005, e só em 2008 voltámos a sair. Mas logo no ano seguinte, em 2009, voltámos ao PDE, onde temos estado até hoje. Ora, é indispensável que, desta vez, seja diferente."  

(Notícia actualizada às 13:10)

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